EVERYONE WNATS TO RULE THE WORLD
É estranho sabes? Essa tua mudança de vida! Habituamo-nos a algo e lá vens TU e trocas-me as voltas todas. Isto dito por alguém que mudou-se para 420 Kms de distância de ti e fez a maior mudança de vida que pode existir, certo? É estranho, só isso… Só no mês de Dezembro estivemos fisicamente duas vezes no mesmo local o que torna tudo ainda mais estranho. Momentaneamente sou sulista. Conheço os cantos a casa, o Hotel onde ficaste, aquele restaurante etecetera! E na noite de 20 de Dezembro estive a centímetros de ti. Vi-te. Avancei. Recuei instintivamente. Fiquei do lado de fora do Bit a remoer. Eu não costumo fumar mas no ápice do momento, dei uns tragos! Seria hora de vos enfrentar? Seria hora de vos mostrar que me eras indiferente e que não tinha medo? Ou eu iria, tão simplesmente, arruinar a tua/vossa noite? Como sempre, vieste TU em primeiro lugar … Murmurou-me a minha consciência: “ Deixa-o lá divertir-se. Tu vais ficar com um nó na garganta, em sobressalto, transfigurada. Ele apreensivo. Não é bom nem saudável, nem para ti nem para o Tiago. Um dia, talvez, quem sabe, se espetem um contra o outro numa esquina quando menos ambos o esperarem e aí nada poderão fazer, mas, por enquanto, se puderes evitar a dor de o ver fá-lo! “ Acreditas na voz da consciência? Eu acho que era a voz da minha MÃE (já falecida)!
Sabes? Habituei-me a companhia das palavras, a escrever-te e a fazer-te estas confissões. Fico sempre com a sensação que falta dizer-te o essencial, que o mais importante ficou por dizer, retido, algures, num fragmento da minha alma!
Hoje vou falar-te, como sempre, sentada à beira mar, com a minha música a rodar no PC, e sem um único intruso admitido no meu momento de peregrinação interior. Vou falar-te de coisas sérias. Relaxa. Vai buscar um café. Acende um cigarro. Traz o restante maço para a tua beira.
Eu possuo algum talento para encontrar pessoas com quem descubro quase instantaneamente múltiplas afinidades e outras em quem revejo, imediatamente, um choque interino de personalidades! A Mafalda é um desses casos. E eu nunca desgostei dela. Que razões teria para o fazer? No mínimo, a sua cegueira e burrice é tão grande que a gaiata nem se apercebe que quando lhe escrevi estava a tentar apelar a sua ajuda e piedade; afinal de contas não é ela a tua melhor amiga? Interpreta inequivocamente o que lhe escrevo e diz que ameaço a sua filha (uma criança)! Como poderia eu ameaçar uma criança? Eu recordo-me explicitamente bem do que lhe escrevi. Que me acuse de manipulação psicológica, até aí acarreto com as CULPAS e aceito a acusação pois sei perfeitamente bem que a tentei USAR para me desculpar perante ti.
Recuemos!
Como sempre, e distraída, da maneira que sou, apenas no início do ano de 2014 soube da situação.
Fiquei tão encolerizada que foi preciso agarrarem-me para não apanhar o primeiro Alfa para o Porto e seguir para Leça com a intenção de lhe perguntar onde tinha eu ameaçado a sua filha. O problema ainda me encolerizou mais porque toda a gente possuía o meu telemóvel, o meu FACEBOOK, e bastava perguntarem-me a mim a questão e não ir “ incomodar “ o meu primo João Carlos (que parece ser o Al Capone de Leça, visto que ser sua familiar me traz vantagens incomensuráveis).
Sem sombras de dúvida, o João Carlos, detêm muito poder em Leça. Foi preciso perguntarem-lhe primeiro a ele se a “ dita-cuja “ lhe era alguma coisa, ao qual, ele respondeu que sim o que – aparentemente – significou não “ levar “. Ditas explicitamente estas palavras pelo João Carlos eu recordei-me de todas as vezes que ia a Leça: o meu PAI tinha medo por mim! Comentou por diversas vezes com o Gustavo que punha as mãos no fogo por ti e pelo Ivo (vá lá) mas que não confiava absolutamente nada nas pessoas que te rodeavam.
O meu pai andou apavorado uns tempos. Nunca cheguei a compreender se alguém o havia ameaçado ou não. Ridiculamente, EU, não só residi em Leça (vocês saberiam isso?) nos seis meses que se seguiram a publicação das revistas como andaria livremente pelas suas ruas, descontraída e liberta. Se alguém possuía um plano maléfico para se vingar de mim bem o poderiam ter colocado em prática que eu, distraída como sou, ainda seria apanhada desprevenida.
Eu abri os olhos tarde demais mas ABRI-OS!
Creio que, nesta vida, tudo é uma aprendizagem e, sem sombras de dúvida, tu tens sido o meu maior mestre e eu a tua maior aprendiza e pupila. Todas as lições que retenho da vida advêm, inconscientemente, de episódios onde tu entras. Aprendi muito a AMAR-TE e a viver ILUDIDA, sob o teu espectro. Por vezes, tenho a sensação de ter estado “ casada “ com um espírito do passado anos a fio. Mas não penses tu, meu querido, que lá por seres um “ fantasma “ eu não usufrui de tudo o que me era devido.
Na realidade, a quantidade de vezes que me apareces em sonhos é ridícula e incontável.
Nunca consegui perceber o subconsciente ou o mundo do onírico.
Parece tudo tão real.
Consegues sentir a pessoa. Toca-la. Inalar o seu cheiro. Escutar a sua voz. Ler nos seus olhos. Percecionar os seus humores. Sentir o seu beijo e ter horas infinitas de conversa com ela. Nem sempre foram assim os nossos “ encontros “ em sonhos. Durante muitos anos buscava-te incessantemente sem nunca te encontrar. Na realidade, era tétrico, soturno e assustador (parecia um filme de terror), mas desses sonhos, que retenho até hoje no meu subconsciente, falaremos depois.
A uma determinada altura, os “ meus “ sonhos mudaram. TU falas tanto comigo em sonhos, Tiago, que quase que me vais revelando boa parte da tua vida através deles. É deveras assustador! Não te preocupes, TU BERRAS BASTANTE COMIGO EM SONHOS também…Depende do teu humor! Por vezes, fazes-me cada discurso intenso que acordo angustiada e lavada em lágrimas. Escusado será dizer que quando me estendes os braços e me sorris e, inequivocamente, algo acontece, vá lá Deus saber como, amanheço arrebitada e pacificada interiormente e em êxtase. Não dura mais de um dia ou umas horas mesmo a sensação, porém, danço, canto e levito!
Muitas das vezes acordo, volto a adormecer, e a entrar no sonho contigo (nunca hei-de compreender)!
Creio que, em algumas das vezes, até te peço (como se soubesse que vou acordar) que não te vás embora e que só vou ausentar-me por um instante e que volto já. “ Espera, por favor “ peço-te! Algumas das vezes lá me fazes a vontade e esperas por mim, ficamos especados, perplexos, a olhar um para o outro e não nos largámos o resto da noite inteira (nem que seja para me dares um valente sermão) como o fazes muitas das vezes.
Sei sempre o que pensas porque tu transmites-mo em sonhos; creio que é um privilégio enorme!
A sério, não estou a brincar! Não sou bruxa nem possuo uma bola de cristal mas tu foste viver com alguém em 2012 certo? “ Porque raio te estou a colocar esta questão? “ Fácil ! Tu mostraste-me o apartamento/casa em “ sonhos “ nesse ano! Não foi agradável, acredita ! Quer dizer, para te contar o sonho todo até que uma parte foi… Nunca percebi porque o havias feito. Eu fiquei destroçada na altura. Tão destroçada ao ponto de me recordar da pergunta que te coloquei : “ Porque razão és tão cruel para comigo? “ Jamais me irei esquecer desse sonho e do seu desfecho seguinte.
A Irina apareceu-me em sonhos há uns dois meses atrás. Olhei-a de longe para tentar diagnosticar de que mal sofria ela e classificar a sua patologia. Há muito que sei que houve uma mudança na tua vida. O Facebook dela, ainda que amiúde, era extremamente transparente. Basta reter a crónica do MEC “ Como esquecer alguém que amamos? “ ou o tema da Pink “ Just Give Me A Reason “ e o seu desaparecimento posterior ou a sua fotografia de perfil ou mesmo o comentário do Arnaldo para se saber que algo estava deserto e evidenciava um buraco negro mas, mais uma vez, não sou BRUXA (antes fosse)!
Se calhar sou doida, sei lá, mas sentei-me a seu lado, ainda que a medo. A pobre coitada estava furiosa contigo. Começou por dizer-me que eras um “ sacana “ e assim seguiu a nossa conversa. Acho que falamos a noite toda. Talvez para me tentar desculpar de algumas atitudes menos simpáticas minhas, a verdade é que lembro-me de a consolar. A falta de puder ter uma conversa ao vivo com ela, julgo que a do “ sonho “ ajudou-me bastante a aliviar alguma tensão! Tivemos uma conversa afável e amigável onde acabei por lhe confessar exatamente esta frase: “ Sabes? Sempre te admirei…Esse teu ar diplomático, de superioridade…Podia não te achar a rapariga mais bonita a face da terra mas exalavas um JE NE SAIS QUOI de inteligência e – rematei em tom de brincadeira – e sempre invejei a tua licenciatura em Psicologia ! “
Espero que ela esteja bem! E que seja feliz !
Tal como a Carolina, ela teve um impacto grande na minha vida…
As férias ao México renderam-me um ataque de histerismo compulsivo lacrimal em plena Vobis no Norte Shopping (que era onde eu acedia a Internet Cyber na época) e renderam ao pai do Nuno chamadas a consolar-me.
Verdade seja dita, devo-lhe o consolo, o ombro amigo e o telefonema dessa noite que foi interrompido, vezes sem conta no seu escritório, porque o seu filho – o Tiago – andava a imprimir algo! Céus, a chamada durou tanto que até teve de ser evitado o telemóvel e ele teve de telefonar para o telefone fixo da casa da Srª onde eu habitava, na altura. Pobre coitado. Deu o nome falso de Joaquim (vá-se lá saber porquê) e a Dª Helena não me queria passar a chamada aquelas horas da noite (devia passar das 23:00 já) …
Credo, eu só soluçava, engasgava-me, estava afogada numa dor sem igual… Como numa verdadeira “ telenovela “ só lhe perguntava por que razão ele não me havia contado que tinhas um namoro sério. Estava completamente destroçada. Ele explicou-me “ Não te queria magoar. O Tiago parece ter um impacto tão grande em ti. Não queria mesmo que sofresses. Já tens tanto com que te preocupar. E também queria preservá-lo. Não sou de revelar nada da vida dos amigos dos meus filhos; desculpa! ”
Nessa noite adormeci a soluçar e ao som da voz do Sr.º Américo a consolar-me. Na realidade- naquela época da minha vida – vocês podem até não acreditar mas ele foi como um verdadeiro pai para mim, o que ainda tornava tudo mais difícil. O destino, as tramas e manhas do Facebook haviam colocado na minha vida como apoio emocional e amigo alguém tão próximo de ti: era doloroso e angustiante.
A uma determinada altura tive de acabar a minha amizade com ele.
Sei que ele ficou muito magoado. Nunca me hei-de esquecer do que ele disse quando o tirei de amigo do Facebook : “ Vanessa, nem acredito que acabaste de fazer isto. Depois de tudo o que fiz por ti, como pudeste? Olha que ainda vais arrepender-te! “ Não sei se o disse por mágoa, raiva, despeito por me achar uma ingrata. Eu sei que tive de o fazer senão dava em louca. Eu não conseguia separar as águas, Tiago. A custa disso, possuo apenas 50 amigos da Secundária. Toda e qualquer pessoa próxima de ti foi automaticamente eliminada. As pessoas – por norma – pressupõem que foram os teus amigos que me eliminaram e eu, ironicamente, esboço um sorriso e um gracejo e digo sempre: “ Irónico, não? Mas não, nenhuma daquelas pobres almas me eliminou mas sim eu a eles! “
Ou seja, a Irina foi-me importante…
O meu “ suposto namoro “ que era sério para o “ outro “ lado e, com o qual, eu estava a passar quinze dias em sua casa teve de aturar a minha “ crise “, apatia, estado de coma e suspiros pelos quatro cantos da casa. Pedi-lhe para não dormirmos juntos durante uns tempos se fosse possível. Se poderia mudar-me para o quarto da sua mãe que estava de férias na Europa. Ele anuiu que sim sem questionar. Eu só soluçava e adormecia a chorar. Era-me impossível partilhar uma cama com o Martim naquela altura do campeonato.
Um dia, questionou-me o porquê! Eu não sou “ boa “ a fingir ou a mentir e confessei-lhe a verdade. Coitado, veio consolar-me com um chazinho de camomila e abraçou-me muito. Perguntou-me se eu não queria lutar por ti. Que ele apoiava qualquer que fosse a minha decisão. Que me ajudava até. Que me libertava. Que fazia tudo para me ver feliz. Perguntou-me se havia algo que ele pudesse fazer. Disse-lhe que eras um caso perdido, que não se preocupasse. Era só uma questão de tempo até me habituar a ideia, depois limparia as lágrimas e seguiria em frente.
O impacto da Irina na minha vida foi tão grande que redigi uma série de poemas.
Na altura era modelo: agraciada com má fortuna mas uma “ boa fama “! Tornara-me modelo por ti. Alguma vez na vida lá eu sonhara em posar para uma câmara? Bem, na realidade sonhara mas achara o sonho absolutamente in concretizável! A “ fama “ levou-me a participar semanalmente num programa de rádio onde uma hora era dedicada a poesia. Liam-se os meus poemas (sempre dedicados a ti) e a seguir eu era a DJ de serviço. Cada música espelhava um momento de poesia. Engraçado como de todos os poetas lá revelados eu fui a única a não ter um livro editado. Foi um sonho que nunca prossegui. Nunca fui ambiciosa nesse aspeto.
Livros de poesia não vendem, toda a gente o sabe. Ainda assim, quando surgiam as propostas eu declinava. Olhava para a pilha de poemas e não os achava merecedores de serem editados ou “ para quê “ se não teriam sucesso no mercado. Ou em última estância: “ Para quê se não os posso esfregar na cara dele? “ Acho que era esse o meu verdadeiro dilema. É que sabes? Eu não sou poetisa. Tampouco modelo. Muito menos escritora. E, se algum dia, me escutares a cantar acredita que tê-lo-ei feito por ti (pensar que participei na edição do Factor X de 2013)
Ainda bem que me lembrei a tempo no palco da Meo Arena, em frente aquele público, as verdadeiras razões porque me encontrava ali, ofuscada por aqueles holofotes e encandeada por as luzes daquele palco: TU!
Quem é que faz um baile com o nome da maior novela da Globo? Há cá cada UMA...É que " Avenida Brasil " só conheço duas né " meu bem " ? A principal via rápida do Rio de Janeiro e a novela mesmo !
Podes dizer a Mafalda para no próximo baile (o de Carnaval, quiçá) utilizar insígnias da RAF (descubram o que é) e como estás na área dos “ aviõezinhos “, juntem-lhe caças pilotos, juntem-lhe também as insígnias da U.S Air Force e apareçam de havaianas. Não, não tem nada a ver com o Hawai.
Simplesmente, acho o desenrolar de uma história em Leça chato e ridículo. Sim, o livro atrasou-se e está bastante em falta. Uma cheia quase devastou a cidade para onde te “ mandei hipoteticamente “ no decorrer de 2014. “ Ah coisa e tal não é ficção? “ É, claro, mas por acaso achas que faço as coisas assim no ar? Estou a escrever acerca de um país cujas leis, normas e burocracias desconheço. Preciso de me manter em contacto com o território para tudo parecer absolutamente plausível; desde como chegar lá, o comércio local, onde uma pessoa se pode alojar, trabalhar, como são as pessoas, a sua economia, clima etc (não posso propriamente inventar em demasia se realmente me foco numa cidade). E, dado os problemas que se passaram no decorrer do ano de 2014, tive de deixar o Ethan e a Helen acalmarem um pouco!
Ahhh, sim, aprendi tal com a Stephanie Meyers (autora da saga Twilight). Quando concebeu a ideia na sua cabeça precisava de uma cidade que se adequasse a sua trama. Acabou por escolher Forks devido as suas condições climatéricas mas só depois de a visitar e a revisitar de cabeça para baixo. Eu escolhi a “ nossa “ por achar que irias apreciar habitar num local parecido, por fazer o teu gênero e por ser absolutamente inacessível e um local absolutamente impensável para quem quer que fosse das tuas amizades. Eu sou absolutamente Europeia. Jamais teria escolhido aquela cidade para a minha personagem. Na realidade, eu vagueio muito pela Europa, e até te tento trazer até aos meus recantos mais escondidos da dita-cuja! Como cidadania falsa sou Canadiana francófona! Se visses a miscelânea de sotaques que vai para ali. Céus!
Já agora, o Gustavo está radiante com o teu NOVO relacionamento; que posso dizer? Durante meses ele andou ali numa ânsia sem igual. Era como se ele soubesse mesmo que tu estavas sem a Irina. A quantidade de vezes que me mandou ir atrás de TI foram incomensuráveis. Creio que ele te achava sozinho- inclusive- na altura em que fui fotografar-te!
Aliás, morro de curiosidade.
Juro-te que não sabia nada da tua vida. Não sabia que era o teu último ano a jogares futebol. E, agora, não faço a mínima ideia se estavas com uma, com outra, ou entre relações, ou em “ trabalhos forçados “ numa.
Está mais que visto que eu percecionei que era o teu último ano a jogar futebol mas será que eu percecionei que algo ESTAVA MAL CONTIGO? Juro-te, se assim for ainda é mais hilariante e fantástico…É que eu estava a 420 KMS de distância e simplesmente apanhei o ALFA, vá-se lá entender…
Bem, o Gustavo está radiante e hilariante. Deste-lhe uma ALEGRIA imensa. A vida nem lhe tem corrido nada bem mas saber-te assumido numa relação tão abertamente fez as suas delícias. Diz que a moça é bonita, brincalhona, alegre, simpática e recomenda-se!
Eu só estou a RELATAR as minhas memórias.
Pouco me importa o que pensam, o que fazem… Já toda a gente sabe que sou infelicíssima e - simultaneamente- pacificada com a minha infelicidade e refúgio. Acho que se chama a isto conformismo. Quiça. maturidade e sabedoria! Sou feliz na minha infelicidade! Quando tudo acabar, ACABOU!