EU SOU UM ROSTO NA MULTIDÃO; TU ÉS O CENTRO DAS ATENÇÕES...
Você não me conhece. Eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve. A sedução me escraviza a você. Ao fim de tudo você permanece comigo mas preso a imagem que eu criei. E quanto mais eu falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa. Você tem um nome. Eu não tenho. Eu sou um rosto na multidão. Você é o centro das atenções. Mas a mentira da aparência do que eu sou é a mentira da aparência do que você é porque você não é o SEU NOME e eu não sou NINGUÉM...
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível da aproximação através da aceitação da distância e do reconhecimento dela. Entre eu e você existe a notícia que nos separa. A minha nudez parada te denuncia e te espelha. Eu te delato. Tu me relatas. Eu te acuso e me confesso. Assim me livro das palavras, com as quais, você me veste...
Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de gostar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, contrafeita
O meu defeito é gostar demais de você
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mais o importante é perceber
Que tudo
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei gostar de você
(Maria Bethania)
(O texto foi ADAPTÁVEL)