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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

DIOGO MORGADO GRAVA NO BRASIL "O MATADOR", FILME DE MARCELO GALVÃO QUE SERÁ O I FILME ORIGINAL BRASILEIRO A ESTREAR NA NETFLIX

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O ator Diogo Morgado assustou os seus fãs nas redes sociais com o seu novo visual: de barba rústica, sobrancelha arqueada, olhar conspícuo e camisola cinza a condizer com o seu rosto de harpia, enquanto nos lançava um ar de polícia infiltrado ou de um bandido grosseiro desfavelado, ou, quiçá, um membro de um gangue, a verdade é que Diogo está diferente e surpreendeu-nos… outra vez!


Mas tudo por uma boa causa; agora já se sabe!


Este foi um artigo em que eu tive de ir comprar popcorn e mastiga-las morosamente para não lançar na net o que eu já sabia.


Não sou uma escritora sensacionalista. Nunca o fui. E desengane-se quem acha que o que me move é a competição. Muito pelo contrário, sei ficar a mastigar pastilha-elástica até ao último minuto; não dou nenhuma notícia em primeira mão sem que algum órgão oficial a publicite.


Creio que é uma questão de respeito por toda a equipa envolvida no projeto e pelos próprios atores. Diogo, que parece trabalhar a velocidade da luz, encontra-se presentemente a rodar em território brasileiro um novo projeto; mais precisamente em Pernambuco, bem no epicentro do nordeste do Brasil (algo com o qual eu já estava familiarizada há semanas).


Como eu disse; desta vez foi preciso comer montanhas de pacotes de popcorn e mastigar muita bubblegum para não vazar a informação vice?


Mal finalizou as filmagens da sua primeira longa-metragem, enquanto realizador, em Faro, Diogo Morgado voou para o Brasil para mergulhar num novo empreendimento, cujo visual é a antítese de tudo aquilo que o ator nos mostrou até a data: O Matador!


Desta feita, porventura, Diogo irá abraçar a sua maior metamorfose de sempre.


Deixou crescer o seu cabelo desalinhado, a sua barba está bem agreste e Diogo quase irreconhecível ou o seu papel não lhe exigisse tal: um franzir de cenho acentuado, um olhar enxague, sujidade debaixo das unhas e psíquico malévolo.


Diogo Morgado será o ator principal na primeira longa-metragem brasileira a ser difundida pela Netflix, conjuntamente com a atriz portuguesa Maria de Medeiros e outros atores internacionais, d`entre eles Étienne Chicot e Will Roberts (perito em westerns).

 

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Diogo Morgado/ Copyright INST/FACEBOOK ©

 

O filme, dirigido pelo galardoado e multifacetado produtor Marcelo Galvão, trata-se de um faroeste em terras nordestinas com muita ação e um clima de violência a fazer recordar um pouco Quentin Tarantino, assim nos afirmava Galvão já em 2014, dado que o projeto já data dessa altura, quando o cantor Seu Jorge havia sido pescado para o papel do temido matador e, inclusive, iria participar no filme como coprodutor.


O cineasta Marcelo Galvão -- vencedor do prêmio de melhor diretor no Festival de Gramado devido ao filme a "A Despedida", uma longametragem inspirada no seu próprio avô, prometia-nos já para 2015 a exibição do “ Caçador” – nome inicialmente concedido ao projeto -  onde o cantor Seu Jorge assumiria o papel de protagonista na narrativa, todavia, é Diogo Morgado quem o substitui em 2016 e leva o projeto adiante em consonância com a equipa da Gatacine.


No filme de Galvão, Diogo irá protagonizar o papel de Cabeleira, um temido matador que viveu no final dos anos 30 no interior de Pernambuco. Encontrado abandonado na mata, Cabeleira (Morgado) acabará por ser criado desde bebê por um canganceiro violentíssimo chamado Sete Orelhas (nome que lhe é atribuído por este carregar os sete órgãos decepados numa pulseira). O personagem principal da trama (Morgado) acabará por crescer quase como um animal selvagem, completamente isolado da civilização, aprendendo com o seu tutor tudo sobre a arte da caça e a arte de matar, bem como a arte da sobrevivência.


Sete Orelhas (Montenegro) ao desaparecer e ao não regressar jamais fará com que Cabeleira (Diogo) parta em busca do seu paradeiro, até encontrar a civilização, local onde irá descobrir um mundo novo, um território sangrento comandado pelo comércio de pedras preciosas na região, chefiado pelo francês Mr. Blanchard (Étienne Chicot), para quem o seu pai trabalhava como assasino e que – na realidade – é o próprio responsável pela morte do mesmo.

 

Em 2014, Marcelo Galvão, confessava já algumas similitudes e ambição de revolucionar o faroeste brasileiro com um filme mais ousado ao estilo de “Django Livre”, com muito tiroteio, cangaceiros e um gênero mais pesado a nível cinéfilo, embora não tão explícito quanto Tarantino.


Com roteiro escrito pelo próprio Galvão, o filme é inspirado em fatos reais.

 

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A primeira vez que se fez referência a tal personagem foi num romance nordestino do século XVIII, narrado por Franklin Távora, e que ficou conhecido como sendo o primeiro romance a narrar a cultura nordestina e as vicissitudes e aventuras do mundo dos cangaceiros. Franklin Távora trouxe esse romance ao público também ele baseado em factos veridicos. Inúmeras são as cenas de sangue, morte e violência que – na altura – foram um tanto ao quanto reprovadas. Galvão ter-se-á inspirado na mítica personagem de Cabeleira para criar o seu primeiro filme de faroeste brasileiro que, momentaneamente, está a ser gravado no agestre pernambucano e que será a primeira longametragem original brasileira a estrear na Netflix, sem data ainda anunciada para tal!


Numa variante estritamente profissional – ao longo dos anos – fomos vendo vários atores sofrer algumas mutações drásticas de visual para interpretarem certos papéis, algo que ainda não é muito usual aqui em Portugal em termos masculinos, mas que lá fora já fez muitas caras bonitas deixarem crescer a barba e até o cabelo, o que os torna algo irreconhecíveis aos nossos olhos!


Sim, porque a caracterização dos atores é muito importante para que estes façam um trabalho credível e convincente ante os nossos olhos. Os grandes atores transformam-se, vestem a roupagem das suas personagens, encarnam o seu papel, personificam “um outro”.


Em 2008, Tom Cruise, o eterno galã de cinema e o astro de “Missão Impossível” ficou obeso e calvo usando uma peruca, uma roupa especial e próteses de mãos obesas para personificar a sua personagem em “Tropic Thunder“ o que o tornou absolutamente irreconhecível.


Embora alguns críticos não tenham apreciado a prótese que Nicole Kidman usou em ‘As Horas’ (2002) para interpretar a escritora Virginia Woolf, a verdade é que tal papel rendeu a atriz variadíssimos prêmios pela sua performance no filme, inclusive, o tão cobiçado Óscar.


Aos 52 anos, Johnny Depp ainda é considerado um galã para diferentes gerações. E, embora também seja reconhecido pelas suas transformações em Hollywood - sobretudo nos filmes dirigidos por Tim Burton -, a sua caracterização como gângster em ‘Black Mass: Jogo Sujo’, o seu último filme, chocou o público. Calvo, com lentes azuis e os dentes um tanto estragados, o ator aparece irreconhecível.


Desengane-se quem pensa que a transformação mais drástica pela qual Charlize Theron já passou para encarnar um papel foi em ‘Mad Max: Estrada da Fúria’. A atriz ganhou peso, usou próteses dentárias e até mesmo escondeu as suas sobrancelhas com make-up pesada para fazer uma serial killer em ‘Monster - Desejo Assassino’ (2003). E foi assim que ela se tornou a primeira representante da África do Sul a ganhar um dos prêmios principais da Academia do Cinema: Óscar de Melhor Atriz.


Ainda na secção de atores que cometem loucuras para encaixar o seu físico numa personagem, Jared Leto é o rei das transformações que pouco ou nada liga a sua estética tão aclamada pelas fãs. Jared engordou 30 quilos para fazer o assassino Mark Chapman no filme ‘Capítulo 27’ (2007), Já em “Dallas Club” (2013), o vocalista de 30 Seconds to Mars perdeu 13 quilos para encarnar uma mulher transgênero viciada em drogas – e, voilá, ganhou o Óscar de Melhor Ator Secundário pelo seu trabalho.


No final do ano de 2015, Diogo Morgado, comentava numa entrevista a RR que no seu próximo projeto iria solicitar uma transformação drástica, visto que a indústria de Holywood parecia levar a sério e premiar ostensivamente quem se submetia a rígidas transformações físicas e psíquicas para encarnar uma personagem.


Parece que o ator não estava a brincar quando afirmou tal!

Diogo tem-se mostrado bastante eclético, conseguindo fazer uma metamorfose perfeita em todos os papéis que tem vindo a agarrar; uma das suas melhores característica, aquilo que eu chamo de evolução cinematográfica, é que Diogo revelou-se um ator dotado de uma expressividade exímia: consegue fazer com que a dor/raiva nos seus olhos nos trespasse e se transforme numa vergastada beligerante ou as suas palavras de animosidade e pesar nos prendam à personagem. Existe toda uma envolvência, ora na sua fúria, ora no seu ímpeto que é completamente tangível.


O elenco do filme conta ainda com Marat Descartes, Nill Marcondes, Maria de Medeiros, Mel Lisboa, Daniela Galli, Thogun Teixeira, Igor Cotrim e Thaís Cabral.

 

 

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Design de Flyers: Vanessa Paquete 2016 ©

Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©

Foto Principal: Diogo Morgado: Copyright INST/FACEBOOK ©
Foto Diogo Morgado Black & White: Diogo Morgado Copyright INST/FACEBOOK © 

IMAGES FLYER: INTERNET SOURCE/ Diogo Morgado: Copyright INST/FACEBOOK © 
Fotos Marcelo Galvão / Copyright INST/FACEBOOK/INTERNET SOURCE

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