DIOGO MORGADO EXPLICA NAS REDES SOCIAIS A SUA SAÍDA DA SIC E O NOVO CONTRATO COM A TVI, ALEGANDO QUE O QUE O MOVE NÃO É O DINHEIRO
O ator Diogo Morgado é pouco fã de críticas à sua pessoa.
Confirmadíssima a sua presença na nova produção da TVI, o ator mostrou-se – novamente – perturbadíssimo por algumas manchetes que apareceram nos média, onde se afirmava a sua saída da SIC em prol de questões monetárias. E digo “novamente” porque no final do ano transacto o actor fez-se e desfez-se em explicações devido à outra manchete que em nada abonava a sua pessoa: o facto de “The Messengers” ter sido considerada a pior ou uma das piores séries norte-americanas do ano de 2015.
Criticas aparte, é incompreensível que um ator venha “chorar para as redes sociais” e indignar-se contra a liberdade de expressão que a imprensa possuí há décadas de fazer manchetes com a vida daqueles que estão sob os holofotes da fama. Está adquirido o direito de liberdade de expressão de qualquer ser humano desde 1948 quando este foi assinado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Significa isto que qualquer indivíduo, inclusivamente eu, posso manifestar-me livremente e expor as minhas ideias e pensamentos pessoais sem medo de que o ator Diogo Morgado venha a praticar retaliações contra a minha pessoa ou, pior, praticar a censura.
O ator disse tratar-se de uma explicação/um desabafo acerca do que determinada “fonte” próxima da SIC havia escrito acerca de si. Incompreensível continua a ser, o facto de um ator com vinte anos de carreira, achar-se “intocável” no que diz respeito a notícias maliciosas e manchetes mais agrestes dos Mass Média e acreditar que está incólume à guerras.
Não digo com isto que ele não mereça o direito a sua privacidade, que, aliás, aqui nunca foi violada. Os média vivem de notícias e especulações e creio que o ator Diogo Morgado já deveria “estar armado até aos dentes” para ignorar tais questões meramente especulativas. Cada um dos seus fãs, decerto, possui discernimento para compreender as escolhas do ator: que interessa se foi por dinheiro, um projeto mais aliciante, ou um contrato milionário? Qualquer ser humano com dois palmos de testa consegue ver que os atores, apresentadores, pivôs e por aí adiante, vão gerindo as suas vidas consoante propostas e projetos mais tentadores: é o ciclo da vida; certo?
O ator afirmou ter havido uma estagnação da sua carreira, o que o levou a desejar empreender outro tipo de voos e projetos que – sem sombras de dúvida – nos mostraram uma entrega sua com invulgar paixão a cada trabalho que realizou, refletido em excelentes performances; tão magnificentes que me fizeram voltar os meus olhos para este ator. Talvez a dita “estagnação” tenha feito com que ele me passasse ao lado, talvez o próprio formato da dramaturgia portuguesa nunca me tenha cativado, talvez, talvez, talvez…
Diogo Morgado é voluntarioso, culto, enérgico, pró-ativo e tido por muitos como um ser extremamente bondoso, o que lhe valeu o cognome de “ Diogo, o Humilde”, todavia, o ator que sempre afirmou perentoriamente não ligar nem a um único parágrafo do que dizem acerca dele, na realidade, liga a mais infinitésima vírgula.
Diogo Morgado é sagaz e, ao longo dos anos, sempre tentou escapar a lâmina afiada da guilhotina da imprensa portuguesa, sim, porque a americana, aquando da sua interpretação de “Son Of God” promoveu-o a nobreza e instalou-o num pedestal que ainda hoje lhe rende dez milhões de seguidores na página do filme. É difícil de antever se a sua imagem, um dia, será esculpida nas nossas igrejas mas, por vezes, dá-nos a sensação que sim. Colocado num pedestal de tamanha categoria cerimoniosa, imagino o quanto lhe esteja a ser difícil regressar a terra, à nossa terra, na realidade; afinal de contas até Abril deste ano ainda era um californiano feliz, num set de filmagens ao lado de Patrícia Arquette.
Diogo Morgado não aprecia guerras nem conflitos, é um sério defensor da paz e da justiça, argumentos mais que suficientes para se manifestar nas redes sociais. Aliás não nos manifestamos todos nós através delas? Uns aos gritos outros mais diplomaticamente, todos nós temos o nosso momento de tristeza, de indignação, de raiva interior, de desagrado perante algo e exprimimo-lo. Sejamos nós meros mortais ou um ator conceituado. O que nos diferencia é que um ator conceituado deverá saber que os artistas se encontram, consecutivamente, sob o escrutínio alheio. Todos eles. Não existem “ases intocáveis” neste gênero de profissão; sejamos nós músicos, futebolistas, realizadores, escritores, escumalha ou aristocracia.
O ator Diogo Morgado não gosta de críticas, é como se fosse uma estalactite cravada no seu ego, daí a sua urgente necessidade de se explicar ante os seus fãs porque - de alguma forma – tal o perturba incomensuravelmente (até as coisas mais ínfimas), o que me leva a pensar se a cada crítica que foi tecida à nossa Seleção Nacional, jogo após jogo, a reação fosse idêntica a do ator, teríamos passado cada jogo derrubados no chão, a chorar um golo falhado, um empate à rasca e as posteriores e horrendas criticas que nos foram tecidas. Ao invés, respondemos com cinismo e sarcasticamente (melhor arma a ser apresentada aos nossos detratores) e aguentamos o forte, de pé e com uma atitude muito à portuguesa de “Ide-vos Foder”
O ator Diogo Morgado é, indubitavelmente, talentoso, um ator de registos maravilhosos, contudo, continuadamente adulado pelas suas espirituosas fãs. Lido com artistas que, sendo conhecidos a nível mundial, infelizmente, não ficaram imunes às criticas alheias e, atrevo-me a dizer, foram massacrados e tiveram as suas cabeças espetadas num pique. O ator Diogo Morgado deveria ser o primeiro a saber que não se pode agradar a gregos e troianos e que a sua profissão lhe acarreta uma exposição mediática.
Eu própria aprendi com o ator Diogo Morgado que ser adulada e alvo de coqueteria pelo mesmo é um sopro de vida para o ego, mas posteriormente, deixar de ser querida é um duro golpe a ser suportado. O ator não gosta de ser criticado mas gosta de julgar e é impiedoso nos seus julgamentos, mesmo que tenhamos atravessado todos os rios da terra para nos desculparmos ante ele e, inclusivamente, tenhamos sido alvo de humilhações e nos tenhamos subjugado a seus pés a pedir desculpas. Mesmo assim, o ator Diogo Morgado, deixa que caía sobre o nosso pescoço de tez branca a fatídica lâmina da guilhotina, pouco indiferente para onde ele vai rolar.
Enfim, tendo-me já desviado do assunto, quero com isto dizer que eu aprendi com o próprio ator Diogo Morgado a ser negligenciada e deturpada, a ter de engolir em seco, a revoltar-me, a exprimir-me e, no fim, a dar uma bofetadazinha de luva branca, dando o melhor de mim e fazendo grande publicidade a sua carreira em mais do que uma língua, porque, se ele achou que tinha o direito de desfraldar os meus objetivos e calcar os meus sonhos não logrou atingir os seus propósitos, portanto, ao ator Diogo Morgado só tenho algo a dizer-lhe:
“É certo e sabido que serás excelente em todos os projetos que publicitei, não tenho qualquer dúvida disso. Irás sublevar-te acima das polémicas. Não interessa se te empenhas num projeto na TVI ou noutra estação qualquer, tu irás sempre defender com veemência tudo aquilo que fazes, porque aparte diferendos pessoais, sei reconhecer o profissional em ti, mas que esta infinitésima perturbação seja para ti o equivalente ao microssegundo em que deste um soco na tua perna, enquanto pensavas numa resposta para me dar, mas, como tu disseste e bem, sigamos para a frente, que vem aí projetos de tirar o fôlego e um ator como tu merece grandes estórias à sua altura: VAMBORA, DIOGO! ”
Design de Flyers: Vanessa Paquete 2016 ©
Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©
Fotos Diogo Morgado: Paulo Alexandrino Global Imagens/ Copyright
Fotos Diogo Morgado: Copyright Bello Magazine 2015 ©
Foto Vanessa Paquete: Copyright Onésimo Costa 2015 ©
Todos os Direitos Reservados ®