DIOGO MORGADO APRESENTOU NO DIA 30 SETEMBRO`16, EM LISBOA, A SUA I CURTA-METRAGEM EM INGLÊS COM DANIELA RUAH E ALBERTO FREZZA
Diogo Morgado apresentou no dia 30 Setembro`16 a sua segunda curta-metragem (I em Inglês) no Famous Fest em LX Factory Lisboa.
Os seus fãs americanos mais fidedignos e eu própria estávamos há bastante tempo expectantes e quase ofegantes relativamente a esta sua curta-metragem “ Excuse” ; desta feita um drama com Daniela Ruah e Alberto Frezza e não possuíamos quaisquer dúvidas que apesar da curta possuir apenas quinze minutos, dois atores e o rosto de Diogo Morgado por detrás da câmara e não diante dela, tal não seria um obstáculo a fidelização de público. Os teasers já haviam sido apresentados, intelecto cativado com as palavras de Alex e Brenda (Ruah & Frezza) e nós estamos a espera da estória dos dois indivíduos que cruzam os seus dramas pessoais num telhado californiano e redescobrem na estória pessoal de cada um uma centelha de luz.
Quem me conhece, sabe que não possuo o dom da síntese, o que significa, que se entrar pelos meandros de dissecar quinze minutos de rodagem e interação de um diálogo tão forte e assoberbante quanto o de “Excuse”, o mais provável é que, no final, fiquem a saber a estória toda, mesmo sem terem dado uma vista de olhos no ecrã, portanto, para evitar ser uma spoiler, vou cingir-me ao essencial e dizer apenas que me curvo perante toda a equipa!
“Excuse” baseia-se, essencialmente, num diálogo de dois pacientes que se evadem, momentaneamente, do seu quarto de hospital e aí, naquele curto espaço de tempo, fazem uma partilha do que mais íntimo existe em ambos, numa troca de emoções estridente. Daniela Ruah apoia-se numa interpretação fortíssima de paciente traumatizada a gladiar-se com os seus sentimentos. Aí, conhece Alex (Alberto Frezza) que partilha de traumas semelhantes aos seus: a colisão destas duas personagens e dos seus respetivos fantasmas interiores cria uma ponte entre ambos.
Diogo Morgado explicou como se desenvolveu todo o processo de filmagem da curta, desde a busca da estória até a concretização da mesma:
“ A rodagem obviamente foi completamente independente, foi um investimento meu, tivemos três dias de ensaio com a Daniela e o Alberto, para mim, para já, não é normal, nem é comum ver “curtas” com tanto diálogo. Geralmente as “curtas” são um excelente veículo para se contar a narrativa quando não há um espaço tão interessante para o diálogo e, para mim, o interessante era isso; ter um espaço, que no fundo é só um, é uma cena, é uma arena, e a filmar, de repente, tens seis páginas de texto que não sejam monótonas, que não sejam enfadonhas e que tenham todos os ingredientes, desde dois estranhos que não se conhecem e que são obrigados a ter de interagir um com o outro e no final compreenderem-se de uma maneira positiva. Para mim, a essência desta estória é que nós nunca conseguimos colocar-nos no lugar um do outro se de facto não tivermos vivido algo semelhante, podemos dizer “ imagino como isso seria “ mas nunca podemos dizer “ eu sei como isso é “! Para mim, a premissa era essa, contar algo absolutamente circunstancial de uma forma completamente diferente: seis páginas de diálogo, um único décor e dois atores, criar as imagens e a narrativa com uma linguagem que não fosse maçadora “
O ator/realizador explicou ainda como se lançou no script de “ Excuse “ :
“ A estória não é minha. Eu com a Dana, que é a minha produtora nos Estados Unidos, lançamos um repto para as Universidades, para autores e guionistas, e esta estória era a única que não era um guião, mas sim uma narrativa, mas a forma como estava escrita, senti aquilo como uma verdade absoluta e, portanto, falou mais alto para mim do que qualquer outro guião. Perguntei a autora da estória se eu poderia escrever o script, portanto os diálogos foram escritos por mim.”
Diogo Morgado, que no início da sua carreira, afirmou por variadíssimas vezes que desejava ter uma carreira eclética e abranger vários projetos cumpre assim o seu objetivo de passar para trás da câmara e realizar um projeto há muito pensado (ou não tivesse o ator rumado a Hollywood após a gravação da telenovela Vingança par tirar um Curso De Realização) e agora plenamente concretizado.
O seu percurso em Hollywood, deu-lhe o impulso e o conhecimento necessário para se aventurar na sua primeira curta-metragem “ Break “ em 2013 que, já na altura, contava com duas pessoas do seu foro intimíssimo como atores (Lúcia Moniz e Rui Unas). Diogo sempre pareceu desejar mostrar ao público uma faceta desconhecida dos atores sobre, os quais, incidia as suas obras. Tome-se como exemplo Rui Unas, conhecidíssimo comediante, que em “ Break “ veste a pele de André, uma personagem que foge da sua realidade circundante e abraça o seu mundo de alienação. Um papel bastante atípico para o comediante/apresentador que na dramaturgia portuguesa, diga-se de passagem, apenas se tem cingido ou submetido a papéis de ínfima importância e limitada relevância.
Em “ Excuse “ Diogo não alterou em nada a sua fórmula de estar na vida, bem como a nível profissional. Rodeou-se dos seus melhores amigos em solo americano, pegou na sua “ malta “ e foram rodar uma curta, a comprovar tal temos Diogo Morgado como Diretor Executivo, Dana Johann como produtora e o seu marido Dave Johann como assistente de produção. A estória é de Cynthia Ghazary.
“ Excuse “; segundo o próprio ator/realizador fará primeiro o circuito dos festivais e depois será colocada online. Esperemos que tal aconteça em 2017 para que todos possam desfrutar desta belíssima curta, tal como eu desfrutei! Infelizmente, para os seus fãs da grande tela, Diogo mostrou-se muito mais efusivamente apaixonado pelo trabalho de realização do que o de interpretação, chegando mesmo a afirmar que já não estava “inclinado para certos caprichos que o trabalho enquanto ator lhe acarreta”, rematando com um apologético “ É a vida!”
Cruzemos os dedos e esperemos que tal não se concretize!
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Design de Flyers: Vanessa Paquete 2016 ©
Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©
Fotos: Diogo Morgado/ Excuse Short Film CopyRight INST/TWITTER
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