CYBERBULLYNG: QUANDOS OS NOSSOS INIMIGOS SE ESCONDEM POR DETRÁS DE UM ECRÃ
Recentemente, a Organização a qual pertenço foi vítima de cyberbullying, ou então o demônio passou pelo lado esquerdo do backstage do recinto aonde se passou o Evento e demonizou umas almas que andavam por lá.
Seja lá o que for que se tenha passado (creio que terei de ir ao Mestre Bambu para o entender), a situação foi gravíssima e – pela primeira vez na vida – percebi o que era o tal falado cyberbullying e que, na realidade, ele está ao alcance de qualquer um e pode ser praticado por qualquer um de nós se não conseguirmos gerir devidamente as nossas emoções.
Sendo uma pessoa de baixa autoestima, compreendi que o Cyberbulling, ao ser vítima do mesmo, advinha de problemas psíquicos de frustração e depressão associados e em última instância a pura maldade.
Há uns meses atrás deu-me um surto de ciúmes por falta de atenção relativamente ao meu trabalho de bloguer relacionado com uma figura pública até bastante importante. Muito instintivamente, a minha reação não foi uma ponderada, mas reativa e histérica ao contemplar algo. Na realidade, acho que o facto de aquela figura pública me dar atenção foi o ato mais insólito da minha existência humana. Com um passado de baixíssima autoestima, rejeição masculina pelo rapaz que eu mais amara na adolescência e que era um verdadeiro adónis de 1,87 para as jovens que caiam todas a seus pés, parecia que Deus estava ou a presentear-me com algo ou a testar a minha capacidade de lidar com situações daquele gênero.
Evidentemente, voltei a falhar no teste!
Não reagi bem e ataquei agressivamente e feita uma terrorista Islâmica em todas as frentes.
No dia a seguir ao Evento, ao ter uma maquilhadora a praticar reações similares a minha, para mim, foi-me fácil perceber que aquela pessoa tivera problemas na vida, que já fora rejeitada e que não conseguia lidar com críticas ou uma simples advertência.
Para os outros, era e é uma psicopata que devia estar internada!
As suas ações foram muito além das minhas e em medidas extremas impensáveis mas a linguagem era similar a de quando me dá surtos de baixa autoestima e frustração: agressividade IN EXTREMIS, palavras irrefletidas, bem como ações, ataques terroristas através das redes sociais e por ai fora. Apesar de tudo, eu deixo-me sempre ficar por um SURTO DE CIÚMES e depois caio em mim, peço desculpas e sigo em frente. Todavia, nunca me havia apercebido o quanto ataques agressivos com palavras via redes sociais podem deixar uma pessoa com medo, apreensiva e – acima de tudo – extremamente perturbada!
Foi o que nos aconteceu!
Atacados ininterruptamente e numa espécie de guerra em campo minado, onda cada vez que abríamos o computador lá tínhamos uma mina pronta a rebentar, era impossível raciocinar, dormir e estar em paz connosco. Os ataques foram graves: insultos, ameaças, intimidação, roubo de propriedade intelectual (os trabalhos dos fotógrafos) e não eram ataques a uma única pessoa ou a nossa Organização apenas, mas sim a um TODO !
Fotógrafos foram ameaçados e intimidados fisicamente. Outros chacinados autenticamente vias palavras. Outros usurpados. E a nossa Organização denegrida.
E o efeito CYBERBULLYING teve o resultado pretendido!
Gerou o medo, o pânico, o desconforto perante a nossa Organização e o Evento que realizáramos. Fotógrafos recusaram-se a postar mais qualquer trabalho que fosse e, evidentemente, alguns devem ter pensado intimamente que se haviam metido numa bela baixaria.
O CYBERBULLYING, inicialmente, julgamos sempre que fora praticado por uma única pessoa: uma maquilhadora que fora criticada devido a maquilhagem em excesso e advertida. Para além do teor dos ataques ser absolutamente picuinhas, mesquinho, medíocre e sem qualquer fundamento, não me foi difícil perceber que a pessoa em questão não sabia gerir as sua emoções e sentira-se atingida no seu ego, humilhada e não valorizada.
Não foi o caso porque – pessoalmente – até apreciei bastante os seus trabalhos. Porém, na sua mente estava a ser humilhada e atingida no seu ego ao ser criticada.
Quando a dita maquilhadora começou a surtar, tentei aperceber-me do porquê de tamanha agressividade, baixeza e estupidezes e apenas me ocorreu que as suas emoções haviam galopado a fronteira do subconsciente: ela não estava em si!
Tentei falar com ela via telefone visto que eu própria já surtara, já galopara barreiras em que me munira de palavras irrefletidas por ciúme e despeito e acabara por implementar o medo na rede social aonde me encontrava; talvez relatando-lhe a minha experiência ela pudesse compreender que todos nós perdemos o controlo nas nossas emoções de vez em quando. O importante seria cairmos em nós e admitir o erro. Porém, cada palavra escrita era como um rastilho de pólvora: fazia explodir mais uma granada!
Curiosamente, só após ela ter provocado este ataque de CYBERLULLYING é que me apercebi da força das palavras, dos comentários escritos no calor do momento cheios de agressividade e que efetivamente possuem o poder de destabilizar a psique humana de um individuo. Acordarmos e recebermos mensagens privadas a dizer “ Não te escapas “ ou “ Estarei na tua vida para sempre “ denunciavam um profundo desequilíbrio psíquico.
Mais estranho era o facto de muitas pessoas terem falado com essa maquilhadora pessoalmente e todos testemunharem a sua meiguice e simpatia e nos fazerem um retrato de uma pessoa de caracter amistoso e nada dada a psicoses.
Para os fotógrafos lesados, o CYBERBULLYING foi considerado um grave desequilíbrio psíquico digno de internamento no Hospital Júlio de Matos. Lembro-me que a – dada altura – me recordou dos meus surtos impulsivos e que, de certeza absoluta, a figura pública achara que eu deveria ir pelo mesmo caminho (internamento hospitalar), aliás as suas palavras para comigo eram exatamente as mesmas das pessoas que haviam convivido com a pessoa no evento: desilusão, incredulidade!
A uma certa altura, o complô era uma trama já tão estranha e tinha tantos perfis envolvidos que voltei a ter de analisar tudo do ponto de vista psíquico.
A situação era tão grave que o perfil da maquilhadora em questão e as suas duas páginas oficiais foram denunciadas vezes sem conta por inúmeros fotógrafos lesados, o que fez com que o Facebook as encerrasse. Todavia, a drama a estilo americano não se deixou ficar por aí. Variadíssimos perfis falsos foram criados num ápice. Mal postávamos algo na Organização como o álbum de um fotógrafo, lá vinha um perfil falso de alguém denegrir a nossa imagem. De cada vez que abríamos o computador lá estava uma mensagem cheia de insultos ou a ameaçar-nos.
Tornou-se esgotante ir as Redes Sociais e raciocinar até!
Comecei a comparar os mais de dez perfis falsos: linguagem; modo de se expressar e falar, pontuação, mensagens curtas ou cumpridas e data de criação dos mesmos. Cheguei rapidamente a conclusão que mais do que uma pessoa se encontrava por detrás do conclave contra a Organização.
Era um ataque em massa e não individual.
Como recentemente havia sido alvo de algo parecido na América não me restavam dúvidas; alguém estava a aproveitar-se da fraqueza e da raiva que essa maquilhadora possuía contra a nossa Organização.
Há pouquíssimo tempo atrás vi-me envolvida num caso similar com uma figura pública. Como fora a única a ter coragem para lhe dizer o que pensava de certa pessoa que – na altura – nem fazia a mínima ideia que era sua amicíssima e trabalhava na sua equipa, viram em mim uma granada que podiam utilizar para destruir outra pessoa.
Curiosamente, sendo a pessoa menos influenciável a face do planeta, a partir do momento que descobri a ligação intimíssima que essa pessoa pública possuía com a minha suposta rival, ao invés de a desmascarar como inicialmente o pretendiam, apenas fui vasculhar a sua imensa carreira como assistente de scrips e afins e até fiquei a admira-la.
Mas não se escapou do meu dedo indicador a apontar e o tal CYBERBULLYING em ação através de curtos Tweets que pedi que lhe fossem transmitidos a dizer que já descobrira a sua identidade. Afinal de contas, todos nós somos bichos que agimos irracionalmente muitas das vezes e armamo-nos em terroristas daí eu ter analisado esta situação minuciosamente feita perita de CSI:CYBER.
Porém, não sendo uma mulher para brincadeiras, o que aconteceu foi que as 3 da manhã peguei em todos os PRINTSCREENS que possuía, todas as pessoas que suspeitava (pois suspeitava mais do que uma pessoa) e em todos os perfis falsos e dirigi-me a PJ. O caso foi denunciado. Todos os perfis suspeitos entregues para avaliação de IPS.
O CYBERBULLYING é real e deve ser reportado as autoridades porque eles possuem mais que meios para detetarem de onde advêm os IPS e quem está por detrás do assédio e da perseguição constante.
A minha lição foi simples.
Senti como se o Karma se tivesse revertido.
Agira impulsivamente com uma pessoa que estimava e me dera valor mas não soubera controlar as minhas emoções e as minhas palavras foram as balas que decidi usar para disparar sobre ele e demais pessoas. A algumas pessoas passavam ao lado. A outras atingiam no seu amago, principalmente a ele que parecia não estar habituado a agressividade alguma.
Quando fui vítima de CYBERBULLYING pensei: “ Pronto, agora percebes o que ele sentiu? “ Andava desnorteada, a agressividade verbal dos perfis falsos perturbava-me, pôs-me depressiva e definitivamente não sabia lidar com aquelas palavras tão injustas e incisivas. Embora eu jamais tenha galopado a margem de fazer ameaças físicas e intimidar noite e dia e agir verdadeiramente a psicopata, a verdade é que sei que magoada e a sentir-me humilhada disse coisas bastante desagradáveis que não tem retorno e por isso mesmo afastei-me definitivamente, embora, ainda possua a liberdade de escrever acerca dele.
Desculpas não se pedem, evitam-se!
Hoje e unicamente hoje a situação pareceu abrandar e acalmar um pouco.
O resto está sob investigação.
O efeito CYBERBULLYING foi conseguido.
A Organização ficou associada ao episódio de uma psicopata e muita gente recusa-se a postar fotografias, portanto, efeito bomba demolidora conseguido!
Quando me dirigi a PJ os agentes contaram-me uma série de estórias de Cyberbullying entre adolescentes, casais, namorados e até familiares. Nunca me havia debruçado sobre o assunto e também nunca me havia apercebido que escrever/ou agredir alguém numa rede social era covardia: é muito fácil estar por detrás de um ecrã e dizer uma série de estupidezes no calor do momento porque - garanto-vos - que a nossa frente não o diriam e eu própria também não iria proferir uma barbaridade em frente de quem quer que fosse. Eu própria sofro desse sindroma no calor do momento, porém, após ser vítima de Cyberbullying, apercebi-me que as redes sociais são a maior ARMA do século XXI contra alguém. Ou temos estomago para ignorar rejeições, desatenção, advertências ou viramos BICHOS IRRACIONAIS e num minuto detonamos uma bomba. Como vítima da detonação e também como alguém que já primiu o gatilho e detonou, apenas posso aconslhar a trabalharmos o nosso QE (Quofeciente Emocional) !
Como se não bastasse tal episódio, definitivamente, o diabo passou pelo lado esquerdo do backstage dos bastidores. Por vezes pergunto-me se o calor foi demasiado e torrou os neurónios a algumas pessoas ou se, porventura, durante o dia bateram com a cabeça em algum sítio.
Quando se olha para as fotografias do backstage dos bastidores é ridículo: toda a gente feliz, sorridente & contente!
No final, o diabo parece que passou por lá e se apoderou de algumas almas. Ou foi isso ou o calor em excesso realmente torrou os neurónios a algumas pessoas do staff…
E entre CYBERBULLYING, picuices, mesquinhices andamos nós!!!
A minha sorte é que tenho como apologia ver as pessoas como substituíveis (nunca amigas)… e como me ensinou um diretor de uma empresa em tempos onde trabalhei: não existe ninguém que não seja substituível, não existe ninguém que seja imprescindível, não existe ninguém que seja vitalício ou tenha um lugar cativo.
A mutação é uma constante da vida!
Vejam o filme CYBERBULLY e apercebam-se daquilo que nos aconteceu e que - infelizmente - acontece a muitos jovens hoje em dia!
Se porventura, fui mais amarga, azeda, agressiva em alguns Tweets/Redes Sociais foi mesmo porque não consegui controlar as minhas emoções: SOMOS TODOS BICHOS, já lá alguém o dizia e ele sabia do que estava a falar.