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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

CARTA PARA TI/ MINHA HEROÍNA, MINHA COCAÍNA... MEU VICIO AMADO; MINHA VIDA & MINHA SINA / PARTE IV

 

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Afonso, quando soube que virias cá calculei que fosse a última vez!

 

Havia um turbilhão de sentimentos e ideias a atormentarem-me a mente; apenas sentia e sabia que o meu último sorriso de beleza te fora concedido a ti, o meu último riso fora-te oferecido a ti, a minha última parte de inocência partia toda contigo.

 

Sentia-me a morrer desde novembro, mas fora sobrevivendo: nem eu própria sabia como!

 

Perdoara-te mil vezes as mentiras, a negação, o consumo de heroína, as condutas maquiavélicas, a manipulação (bastava sorrires para conseguires tudo de mim). No fundo, tu tornaras-te no meu maior perigo, caso, este não fosse travado por alguém… Todavia, a vida é sempre gentil comigo e fez com que – abruptamente – fossemos afastados, mas lá voltavas tu, uma, outra e outra vez. E eu, sem um grande sentido para dar à minha vida, e com uma capacidade inesgotável de dar-te atenção ao mínimo movimento, ao mais ínfimo sinal, lá te abria os meus braços e coração de novo e escutava-te sempre.

 

Sob efeito de heroína ou não (creio que mais sem o efeito da heroína) dizias-me sempre: “Os teus olhos estão a brilhar tanto “. Uma frase simples/banal no meio do silêncio que dizia tanto e me fazia corar, sem conseguir argumentar a seguir. Disseste-ma sempre que nos víamos.

 

Ver-te não era fácil.

 

Era-me prejudicial.

 

Admitiste teres-te apaixonado por mim, quando ainda consumias heroína (e não foram esses os nossos melhores momentos?) mas depois retraíras-te. Eu retraíra-me. Ambos andávamos perdidos à deriva. Eu a precisar de um meio de sobrevivência na minha vida e tu a precisares urgentemente de uma intervenção química e psíquica para deixares de consumir heroína duas/três vezes ao dia.

 

Nós não precisávamos de um amor de perdição Afonso, mas sim de ajuda médica!

 

Eu era detentora de uma biblioteca e cultura invejável. Tu vivias numa garagem feita anexo (chegaras a viver na rua aquando do roubo das joias a tua família). Eu crescera em Leça. Tu cresceras num meio proeminente em droga. Vendia-la em casa. Comercializava-la em casa e bastava saíres e dobrar a esquina para alguém te ceder cocaína ou heroína.

 

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Durante toda a tua reabilitação eu estive lá para ti, num daqueles gestos de prova viva de paixão.

 

Muitas das vezes, dava por mim a pensar, que obviamente, mais cedo ou mais tarde, alguém como tu iria aparecer na minha vida. Tivera uma série de amores; uns melhores, outros piores. Recordo-os a todos com uma grande ternura e estima. Foram tantos e – por vezes – tantas lágrimas e desilusões que foram derramadas, porém, todos superados.

 

Lembraste do que me disseste? “ A última vez que sair da clinica e for aí será mesmo a última vez “ Quando regressaste lembro-me de haver um misto de emoções; não queria estar contigo; não queria ver-te a partir para Madrid (já vira um a partir para França); não queria mais escutar as tuas histórias; não queria mais ouvir a tua voz, não queria abraços de adeus ou despedidas ;tu mostraras seres a minha ruína; o meu maior descontrolo a nível psíquico.

 

Tu rejubilavas por estares a conseguir a reabilitação completa e eu sentia-me confusa: O Afonso sóbrio era bastante diferente do Afonso ébrio e – ironicamente – eu apreciava mais o Afonso com heroína (algo que seria um longo tema de discussão e conversa entre nós)… Consumias desde os dezoito anos, portanto, eu só conhecia um Afonso: o Afonso C/cocaína e heroína e foi esse Afonso que me cobriu a testa de beijos, me fazia suspirar em cada abraço e me sustinha nos seus braços minutos a fio de encontro ao seu peito. Esse mesmo Afonso sob o efeito da heroína tinha lucidez para abordar a temática da minha vida, os meus dilemas existenciais. Recordaste quando me perguntavas: “Como está essa cabecinha hoje? Sem ideias loucas?” Por vezes, parecias tu mais lúcido do que eu: principalmente quando se abordava a temática da vida versus morte!

 

O Afonso sóbrio estava cheio de metadona, xanax e mais outras substâncias: existia uma bipolaridade em ti latente. Eu sei que a heroína causava euforia e depois disforia, daí – por vezes – te apanhar tão calmo, relaxado e a desejar somente conceder amor.

 

Seria dificil de acreditar que a nossa primeira grande discussão tinha-me feito ter um surto de loucura horrível com direito a invasão de propriedade, roubo de droga, prata para fazer a chinesa, documentação privada: tudo o que te era querido. Seria dificil de acreditar que - naquele dia - quando tentaste recuperar tudo junto de mim estavas alcoolizado, tinhas uma dose de heroína em cima e - no zénite dos nervos - ao invés de me agredires a mim, agredites-te a ti próprio. A droga surtiu um efeito terrível em ti e eu - num estado de passividade e alienação - vi o sangue jorrar da tua cabeça copiosamente; um lanho horrendo que infligiras a ti próprio... Gritavas a plenos pulmões " Dá-me os meus documentos! "  Eu só queria acalmar-te, pedir-te para sossegares :

 

-  Xiuuu, por favor, por favor Afonso , tenta acalmar-te, vamos falar, sou tua amiga, por favor Afonso, deixa-me ajudar-te, por favor Afonso, eu gosto de ti, eu gosto de ti, eu gosto de ti... " dizia o meu coração em surdina, envolto numa nuvem cinzenta de silêncio pois o Renato chamou a polícia.

 

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Foste obrigado a ser revistado, dado o teu estado de total ebriedade. Do lado esquerdo da testa continuava a jorrar o sangue. Acusaste-me de frieza, de ser uma boa atriz tal era a minha passividade. Não conseguia reagir. Não sabia o que dizer. Depois daquela noite acreditei que nunca mais te veria ou ouviria a tua voz: estava enganada ! Pela primeira vez na vida, depois de tantas relações, havia um que voltava a mim, uma, outra e outra vez, após termos atravessado o cabo das tormentas.

 

Tínhamos uma capacidade impressionante de regressar um ao outro e abordarmos o que se havia passado; confessavamos  os nossos pecados e momentos de criancise e delírio. Naquela noite, pegaste no carro e foste ao BBV, completamente ensanguentado buscar mais umas doses de heroína. Disseste-me: " Eu nunca soube lidar com nada sem droga e tu consegues colocar um homem de cabeça perdida. Os dias seguintes foram mergulhados em várias substâncias; tudo para aplacar o que me havias feito ! "

 

Senti-me tão culpada, Afonso!

 

Tu apareceste-me a frente oito meses após a nossa primeira grande discussão, orgulhosamente sóbrio!

 

Não vou negar que existia um brilho resplandecente no teu olhar e uma felicidade genuína em me veres (talvez reconhecesses que efetivamente eu estivera lá para ti) Abraçaste-me com muita força e longamente. Eu estava gélida, apreensiva, numa tristeza profunda e com um total desinteresse pela vida. Há muito que te via como um caso impossível e – como tal – regressara a minha melancolia depressiva, ainda mais, agravada com a morte da minha avó.: caí no teu colo, lavada em lágrimas a soluçar : “ Afonso… “

 

Deixara-me cair numa tristeza sem igual desde que me haviam arrancado da minha cidade invicta em setembro de 2017, apenas tu, durante uns meses, me havias conseguido desenterrar do lamaçal aonde eu vivia. Dissera-te por mais do que uma vez: “Serás a minha última loucura! “Estava eu longe de imaginar que, meses mais tarde, as más línguas iriam começar a fazer eco das minhas atitudes desesperadas e disparatadas em relação a ti que em nada condiziam com a minha índole e que iriam valer-me o cognome de “Vanessa, a louca “e – desta feita – um cognome justamente apelidado após a minha guerra hispânica com a tua família.

 

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Sempre me disseram que tu não valias nada; que eras imaturo; que não possuías caracter ou nobreza. Nobreza eu acredito que aqui ninguém a possua, mas, apesar dos assaltos, do roubo das joias, do ataque inesperado a um fornecedor que o deixou inconsciente e a beira da morte no hospital e a ti te valeu quatro anos de pena suspensa, a verdade é que nunca te temi e foram tantas as vezes que nos enfrentamos peito a peito, mas do nosso confronto surgia uma suave provocação, um olhos nos olhos feroz, um braço de ferro psíquico, com um ligeiro esgar de malicia, malandrice e doce perigo. Nunca me ocorria que puseras alguém no hospital. Não conseguia imaginar tal… Tu tentavas intimidar-me, mas nem o mais ríspido dos teus olhares me demovia… Eu já sabia o que vinha a seguir… caída nos teus braços: “Por favor não fales, não digas nada. Já passou “, dizias-me tu, com aquele teu jeito de menino. E parecia que entre nós, dois loucos, completamente alienados da realidade e afogados num rio de emoções tempestuosas, realmente existia a capacidade de ESQUECER & PERDOAR.

 

Vi-te a deambular algumas vezes como um cadáver pelas ruas. Na tua família ninguém parecia importar-se ou saber o que fazer: ignorar parecia ser a melhor opção! De cada vez que te via apático ou a deambular, eu, com uma mente muito lúcida e calorosamente, tentava despertar alguma emoção em ti.

 

Sentia-me forte a ajudar-te.

 

Tu despertavas em mim tanta coisa: a criança há muito perdida; a mulher forte e indestrutível, a guerreira que se jogava contra tudo e todos para chegar até ti (e daí adveio a tal guerra hispânica memorável e injustamente não-eternizada num vídeo que faria as redes sociais tornarem-no viral) …

 

Terá sido assim que a padeira de Aljubarrota correu com os espanhóis?!

 

Regresso a ti apesar do meu orgulho / Recitando os gestos e as palavras que eu perdi
E regresso a ti devido ao silêncio que existe em mim / E regresso a ti contra o vento que existe
Para respirar fora dessa inquietude / Para reencontrar as tuas mãos fortes sobre mim
E eu não me sentir sempre assim tão frágil / Diz-me apenas se estás aí / E eu regresso a ti

 

Laura Pausini Lyrics & Copyright

 

TO BE CONTINUED

 

Texto: Vanessa Paquete 2018 ©

Situação Verídica: Todos os Direitos de Autor Pertencem-me ©

Fotos Principais: Todos os Direitos de Autor Pertencem aos Respetivos Fotógrafos ©

 

10 COISAS QUE NÃO SABEM ACERCA DE MIM : LET ME TELL YOU SOME SECRETS

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Amar a praia, o Verão e o sol é algo recorrente em todos nós, todavia, sendo eu de um signo de água, sou verdadeiramente louca por água, subentenda-se! Não gosto de me esparramar ao sol a ficar morena. Para mim, a praia só possui um intuito: ir ao mar quantas vezes assim a saída o permitir. O mesmo se passa na piscina: sou louca por água!

 

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Chamem-me coquete, se assim o entenderem, mas sou uma verdadeira apreciadora de moda; sei de cor e salteado os nomes dos estilistas, as coleções que apresentam etecetera. Desde que Megan Markle se tornou duquesa de Sussex o meu interesse pela monarquia britânica aumentou exponencialmente. Sigo todos os seus grandes eventos, o que leva vestido, os maravilhosos chapéus que enfeitam a sua cabeça e as marcas que usa. O mesmo se passa com a Duquesa de Cambridge!

 

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Voltando a temática da praia, sim, é verdade, acho o surf um desporto muito atrativo e bonito de ser fotografado.

 

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É difícil encontrar alguém que não seja fá de viajar e conhecer novas culturas e eu não sou exceção a regra. Tendo já tido a sorte de viajar para alguns sítios, Moscovo continua a ser um destino de sonho a concretizar; se nunca ninguém pode contemplar a riqueza e ostensão visual que a cidade dos czares possui para nos oferecer não precisam de ir muito longe ou dispensar grandes quantias em museus e palácios. Basta apenas andar de METRO em Moscovo para nos deliciarmos com tanta opulência.

 

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Por curiosidade, ou estranha afinidade, CHANDELIER da Sia é um dos meus temas preferidos de sempre mas não só; realmente sou uma grande fã de, IMAGINE-SE SÓ, CANDELABROS ! Tenho uma vasta coleção de fotografias de vários candelabros fotografados em palácios em afins. Fotografo o Candelabro , ora da direita, ora da esquerda, ora de um ângulo, ora de outro . Sou verdadeiramente uma fã acérrima de candelabros !

 

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Dizer que GUERRA DOS TRONOS é uma série excecional e apreciada em todo o mundo é pouco. Guerra dos Tronos foi considerada a melhor série a nível mundial e de maior audiência. Cada qual vê o que quer ver subjacente a temática da série; eu vejo uma série de pessoas que – ao longo das temporadas – são abandonadas a sua sina/ separadas das suas famílias e obrigadas a crescer sozinhas, entregues a si! É um exemplo de sobrevivência, principalmente se pensarmos nos jovens STARKS que desde o episódio I são arrancados do casulo parental e forçados a sobreviver ou morrer (bem sabemos que alguns não lograram sobreviver), ainda assim, a busca destes cinco irmãos ao longo dos anos para tentarem encontrara-se é heroica, tendo em conta, que cada um deles pensa que o outro está morto. Arya Stark é o exemplo mais genuíno de sobrevivência nesta série!

 

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Sou Uma grande fã de Arte Barroca. Aprecio verdadeiramente estes retratos.

 

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Adoro fotografar as minhas amigas. Tenho sorte de ter amigas bonitas e sensuais e amo fazer sessões fotográficas com elas. Se possível, puxo muito pelo lado sensual delas. Chego a ter mais de 1000 fotografias de cada uma das minhas amigas.

 

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Dizer que a série THE TUDORS foi uma das melhores séries que houve não é um exagero. Baseada num livro histórico, por sua vez, assente nos registos do embaixador espanhol Eustace, está será possivelmente, a série mais fidigna no que diz respeito aos amores de Henrique VII e política subjacente no reino, bem como a criação da igreja anglicana. Ao ler-se o livro fica a admirar-se Catarina de Aragão pela sua força e preponderância em não atribuir o divórcio a Henrique VIII e Ana Bolena pelas mesmas razões opostas: a guerra entre estas duas mulheres mudou a face da Inglaterra para sempre, e Henrique VIII caprichosamente não poupava em mandar para a guilhotina quem já não lhe aprazia. Ora amava, ora passava a odiar. Natalie Dormer, Henry Cavill, Maria Doyle Kennedy, Sarah Bolger e Jonathan Rhys Meyers interpretaram magistralmente este pedaço de história, pelo qual, sou tão louca.

 

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E, ainda, um pouco na onda da ficção assente em factos históricos, SALEM, é, possivelmente, a melhor série que existe acerca da perseguição, a qual, foram sujeitas uma série de pessoas na américa há uns séculos atrás. Não só a série efetivamente utilizou factos verídicos para fazer o seu argumento, como tentou reincarnar as figuras que fizeram história naquela época como o reverendo Cotton Mather, Jon Alden, Mary Sibley e Tituba. Sendo eu louca pelo incógnito e um fá incontestável de recriações histórias, devorei SALEM de uma assentada só. Continua a ser uma das minhas séries de referência.

 

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Flyers: Vanessa Paquete

 

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ENTREVISTA COM A PIN UP MISS MARY DEE

 

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Não é de agora que esse assunto me atrai e inclusive foi um dos principais motivos para eu fazer esta entrevista. Pesquisei outros blogs do ramo. Estudei o conceito vintage, mas so entrevistando alguem que realmente ame este tema e que eu poderia compreende-lo a fundo !

 
Mas qual a origem das pin-ups? Apesar de muitos blogs já terem abordado esse tema e terem falado na sua origem, também gostaria de abrir um espacinho aqui.
 

 

1 - Maria, tivemos o privilégio de conhecermo-nos através de uma rede social, contudo, a amizade dura há já uns anos largos. Uma das coisas que mais me chamou a atenção em ti foi o teu estilo vintage/rétro, o quanto tu te encontravas envolvida com a arte (principalmente o canto, teatro, televisão e até fotografia). Tenho vários trechos do teu trabalho em todas as áreas e até tive a oportunidade de te incluir no meu portfólio particular de modelos. Como tens tempo para conciliar todas estas facetas da tua existência com a tua vida pessoal & profissional que também abrange a tradução?

 

R: Também não sei! (risos) Acho que acabo por ter tempo porque o facto de ser trabalhadora independente mo permite: faço o meu próprio horário enquanto tradutora, o que me facilita imenso a parte artística. Quanto à parte pessoal, há sempre espaço, embora, por vezes, seja difícil conciliar horários para sair com amigas, por exemplo. Cada uma tem o seu horário e fica difícil conciliar os de todas, mesmo que sejam só duas ou três.

 

2 - Sempre fui uma fã incondicional da tua voz; a primeira vez que te vi cantar, interpretavas “Gabriela “da grande obra de Jorge Amado. Foi amor a 1ª vista. Porém o teu verdadeiro universo a nível de cancioneiro é o estilo vintage. Fala-nos um pouco mais sobre esse teu interesse; como surgiu a paixão pela década de 50/60 do mundo da música?

 

R: Sempre adorei. Em pequena, ouvia a minha mãe e a minha avó a cantarem em casa, ouvia discos dos anos 60, via musicais dos anos 30, 40, 50 e 60, e ficava fascinada. Era aquele tipo de música que mais me fazia sentido.

 

3 - Sempre tive curiosidade em colocar-te esta questão: as grandes cantoras que aprecio do gênero pop/rock possuíam já ascendentes musicais (pais músicos etc.). Tens alguém na família com o bichinho da música ou simplesmente aconteceu? Com que idade descobriste que conseguias cantar? Podes falar-nos um pouco do teu percurso no mundo da música até chegares ao estilo vintage, bem como o teu famoso dueto com a cantora Áurea & a Luciana Abreu?

 

R: A minha mãe, a minha avó, as minhas tias sempre cantaram muito bem, mas limitavam-se a cantar em casa. A minha mãe chegou a cantar num evento da Casa dos Açores e, em dueto comigo, no casamento de um primo. Mas foi apenas isto. Acho que ela nem se lembra... Mas há fotos do crime, como prova! (Risos) O meu percurso na música? Ui... Com 4 anos, de férias no Algarve, estava a decorrer um concerto do José Cid, que pediu crianças para cantarem com ele “Como o Macaco Gosta de Banana”. Não descansei enquanto não fui para cima do palco, cantar com ele. Percebi que amava palcos e que era estar em cima deles que eu queria. Fui solista no coro da escola, quando andava na 4ª classe, mais tarde, com 14 anos, entrei para os Jovens Cantores de Lisboa, fui escolhida para os Onda Choc e já estava a tirar as fotos para a capa do novo álbum, quando nos perguntaram as idades. Quando souberam que eu faria 15 dali a alguns meses, disseram-me que já era muito velha e excluíram-me do grupo. O meu desgosto foi tal que, durante muitos anos, desisti do sonho de ser cantora. Centrei-me apenas no de atriz.

Com cerca de 27 anos, por motivos pessoais, desisti dos meus sonhos todos e abri um canal no youtube, onde cantava, como hobbie. Nessa altura, voltei a fazer teatro musical, e os elogios à minha voz foram muitos. E assim renasceu o meu gosto pela música. Comecei a ir a karaokes, e havia duas músicas em que eu brilhava sempre: “Big Spender” e “Diamonds Are a Girl's Best Friend”... Ou seja, temas fortes de musicais antigos. Uma amiga começou a convidar-me para cantar em lançamentos de livros, e foi aí que nasceu a Miss Mary Dee, como um alter-ego, pois sou envergonhada demais para cantar como Maria.

Com a Luciana, estávamos num convívio, num bar de karaoke, e, já não me lembro como, fui parar ao palco, a cantar com ela “Fallin'”, da Alicia Keys, a música com que ela se revelou, no casting dos “Ídolos” (onde me tornei apoiante dela).

Quanto à Aurea, ela tem algo de muito retro nela, principalmente na sonoridade do primeiro álbum. Tornei-me fã. Quando houve um concurso para fazer um dueto com ela, não hesitei em inscrever-me... e consegui ser uma das 10 escolhidas para fazer um dueto com ela. Escolhi mal a música e, como estava a cantar como “eu própria”, fui atacada pelos nervos e a minha prestação não foi o melhor que eu podia dar. Talvez, um dia, tenha uma nova oportunidade.

 

 

 

4 - Falando agora do teu estilo retro; nunca te sentiste marginalizada ou posta de lado por, metaforicamente falando, seres uma viajante do tempo ou viveres na década errada?

 

R: Só mesmo pelo meu pai, que diz que me visto como uma velha e que só gosto de coisas de velhos (risos). De resto, nada. Também não ando vestida de pinup pela rua. Sou demasiado tímida para isso.

 

5 - De onde vem as tuas inspirações para compores os teus looks?

 

R: Basicamente, dos filmes. O cabelo da Rita Hayworth é o meu “sonho de consumo” desde pequena.

 

6 – Quais são as tuas referências, tanto no mundo da música como no cinema e de que modo as encarnas no teu dia a dia de pin up?

 

R: Na música, Frank Sinatra, Dean Martin, Doris Day, Rosemary Clooney, Ella Fitzgerald, Julie Andrews e, claro, Peggy Lee. Influenciam-me no sentido em que grande parte das musicas que canto é deles. No cinema, Rita Hayworth, Doris Day e Marilyn Monroe (e tenho um crush pelo Paul Newman). Só me influenciam no look, mas adoro o trabalho delas.

 

7 – Desde criança que tentas singrar no mundo artístico. Estiveste envolvida em vários projetos televisivos (participação coadjuvante / figuração em novelas) teatro e mais outros projetos; como classificarias o cenário artístico em Portugal? No meu ponto de vista, a estética ainda se sobrepõe ao talento o que me indigna um pouco: também sentes isso?

 

R: Bom, aos 10 anos, fiz locuções para a “Rua Sésamo”, e, aos 15, participei num concurso televisivo de revelação de novos talentos na área da representação, o “Pàtio da Fama”, apresentado pelo Diogo Infante. Quanto à tua questão, concordo plenamente. E, infelizmente, a tendência é cada vez maior.

 

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8 – Como é o cenário Vintage/Retro em Lisboa? Sendo eu do Porto, noto que a moda vintage não é um ponto forte na minha cidade, ou mesmo uma tendência a seguir sequer. Creio que se alguém entrar num café ou shopping, adornada com uma flor no cabelo, um vestido estilo anos 60 e óculos à Marylin Monroe, de seguida perguntam-te “Where`s The Party? “: em Lisboa o universo vintage é plenamente aceite ou também sentes ainda algum sarcasmo e preconceito face o vosso modo de estar e viver em sociedade?

 

R: É engraçado que digas isso, pois há mais lojas vintage no Porto do que em Lisboa. Mas o povo do Norte também é mais brincalhão, em geral, por isso é possível que, em Lisboa, muita gente pense o mesmo e não diga nada. Mas já me aconteceu estar a sair da praia, com um vestido comprido, óculos retro e chapéu de palha de abas largas e passarem uns polícias, que comentaram, em tom de gozo: “Parece saída dos anos 50, daqueles filmes antigos.” Só me apeteceu rir. Se a ideia era criticar, falharam redondamente. (risos)

 

9 – De onde veio a inspiração para o nome Miss Mary Dee?

 

R: O mais simples possível. Já muita gente me chama Mary, como alcunha para Maria. E o Dee era para ser “D.” (de Duarte), mas achei que, visualmente, Dee ficava melhor. Não há nenhuma história interessante, é só isto mesmo. Que desilusão, não é? (risos)

10 – Para além de cantora vintage e a representação, também estás inserida no mundo da fotografia. Como te sentes diante das câmaras? És mesmo a Maria Duarte ou trazes para o cenário a Miss Mary Dee?

 

R: Para mim, a fotografia é uma brincadeira. Não sou modelo. Não tenho jeito. Poso, de vez em quando, para alguns fotógrafos, mas é mais para promoção da Mary Dee, por isso, sim, trago a Mary Dee. Principalmente nas fotos que tiro para as Retromodels (um grupo retro do qual faço parte, apesar de ter feito poucas coisas com elas nos últimos tempos), quem está ali é a Mary Dee e não a Maria. Não tenho jeito para modelo. Só tu é que consegues fotografar-me como eu gosto. A Pinky, das Retromodels, também se sai bem.

 

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11 – Encontras-te sob a alçada de alguma agência e realizas trabalhos profissionais se assim te solicitarem enquanto pin-up?

 

R: Não. Trabalhos profissionais como pin-up, só fiz como cantora (uma vez com as Retromodels, outra com a Tatiana Santos – Cherry Doll – e outra a animar o concurso Miss Vintage Portugal) e como apresentadora (duas vezes) do concurso Miss Classic Doll. Mas nos concursos, fui contratada pelas respetivas organizações, e nos outros espetáculos, fomos nós a propor os espetáculos.

 

12 – Sei que – a par – do caleidoscópio de facetas que já mencionamos acima, és – tal como eu – uma fã incondicional do trabalho da Rede Globo, especialmente nos anos 80 e 90 e se envolver a atriz Eliane Giardini, ainda mais. Geres um fã clube da atriz, já visitaste por mais do que uma vez o Rio de Janeiro e, inclusive, já estiveste com a diva da Globo. Podes falar-nos um pouco dessa tua experiência por terras de Vera Cruz?

 

R: Essa foi uma experiência rápida. Estava com uma amiga, a Aline, que também é fã/amiga dela, a visitar uma igreja lindíssima, e resolvi rezar para conseguir estar com a Eliane durante essa viagem. Nesse momento, a Aline tocou-me no ombro, com o telemóvel na mão, e disse: “Amiga, desculpa interromper, mas a Eliane pediu para a gente ir ter com ela hoje.” Só me deu tempo de agradecer o milagre tão rápido e sair dali, à procura de transporte, para ir ter com a Eliane. Jamais esquecerei o olhar meigo e o abraço apertado que ela me deu quando me viu.

 

13 – A título de curiosidade; quais foram as novelas/ trabalhos que te marcaram mais da atriz?

 

R: Santinha de “A Indomada”, Lola de “Explode Coração” e Nazira de “O Clone” marcaram-me muito. Mas também adorei a Caetana de “A Casa das Sete Mulheres”, a Muricy de “Avenida Brasil”, a Anastácia de “Êta Mundo Bom” ou a Zana de “Dois Irmãos”.

 

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14 – És tradutora profissional e – como tudo na tua vida – a arte anda sempre de mão dada com o teu universo artístico. A tua profissão levou-te até a Irlanda, onde tiveste o imenso privilégio – a meu ver – de conheceres, não só a Eliane como Malu Mader e Thiago Lacerda (verdadeiros ícones do mundo noveleiro); como foi essa experiência para ti?

 

R: Parecia um sonho. Foram todos tão amorosos para mim, desde o elenco à equipa técnica... Jamais esquecerei. Cheguei a ser entrevistada para a Tv Globo. Na verdade, eu fui à Irlanda de propósito para me encontrar com a Eliane... Mas, por um daqueles golpes de sorte que só acontecem uma vez na vida, a tradutora/intérprete deles adoeceu, e a Eliane ofereceu-me logo como substituta. Foi só um dia, mas a sensação foi maravilhosa.

 

15 – Conheces outras fãs da moda pin up ou quem assuma o estilo retro/vintage tal como tu o fazes?

 

R: Sim, várias. Muitas brasileiras, que só conheço pela internet, mas várias portuguesas, também. Aliás, já referi as Retromodels, que recriam os anos 50/60, e também a Cherry Doll, que tem uma banda de Rockabilly e Rock 'n Roll, a Cherry Doll & The New York Bops.

 

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16 – Uma curiosidade minha: vejo-te sempre muito fluida e à vontade em palco: nunca costumas ter taquicardias antes de iniciares um espetáculo em piano-bares?

 

R: Claro que sim. Sempre. Ajuda beber um cocktail antes de cantar. Mas o que ajuda mesmo é que, a partir do momento em que o espetáculo começa, desaparece a Maria e surge a Miss Mary Dee.

 

17 – Já que falamos de espetáculos; onde te podemos encontrar presentemente? Conta-nos tudo acerca dos teus projetos para o futuro!

 

R: Há uma superstição no mundo artístico, que diz que não devemos falar sobre os projetos antes de termos a certeza de que vão para a frente. No entanto, como já foram divulgadas, aqui vão elas: vou dar aulas de Teatro Musical, ser monitora de um atelier de Teatro Musical, fazer uma peça musical, e um trio vintage acústico com a Tatiana Santos e o André Teixeira (da banda de rockabilly e rock 'n roll André & The Ducks, com a qual já atuei).

 

18 – Adoraria ver-te a fazer um dueto com o cantor canadiano Michael Bublé; se pudesses fazer um álbum de duetos, quem escolherias para as parcerias e porquê?

 

R: O Bublé, sem dúvida, e o Robbie Williams, pois são fabulosos neste tipo de música.

 

19 – Maria, foi um prazer puder fazer-te – finalmente – esta entrevista e digo “finalmente” porque existem questões que há muito desejava colocar-te: posso colocar-te uma última questão?

 

R: Podes, claro.

 

20 – O que dizem os teus olhos? Desculpa, não consegui resistir! (risos)

 

R: (Risos) Baixou o Daniel Oliveira! Os meus olhos dizem que sou uma mulher, com um lado de menina, que todos os dias se descobre e tenta ser uma pessoa melhor... e, acima de tudo, feliz.

 

Página Facebook Maria Duarte / Miss Mary Dee

The Vintage Sisters

 

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Entrevista: Vanessa Paquete 2018  ©

Fotos: Vanessa Paquete ©
Flyers: Vanessa Paquete

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SERRA DA ARRÁBIDA : O PARAÍSO DO SADO (AINDA INTOCÁVEL) / A NOSSA CÔTE D`AZUR EM PORTUGAL

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Falar na Serra da Arrábida é pronunciarmo-nos acerca de um paraíso na terra, ainda algo desconhecido para os portugueses.

 

Estando a morar, há alguns anos, em Setúbal, não me passou ao lado a beleza desta região que em tudo contrasta com a ferocidade dos mares do Norte (Matosinhos e Leça da Palmeira).

 

A Arrábida é uma zona (ainda) privilegiada; rodeada por um mar transparente verde safira ou azul lis, nesta altura, em que tanto somos acometidos por vários incêndios que vão devastando a nossa área florestal, a Serra da Arrábida coabitando lado a lado com o mar (cenário único em Portugal) é um sítio verdadeiramente abençoado.

 

Bocage dizia: “Setúbal é um cagalhão servido numa bandeja de prata”. A escolha das palavras é da inteira responsabilidade do poeta mais famoso da região, mas consigo compreender o que elas querem dizer. Entre o azul do rio Sado e o verde da serra da Arrábida, Setúbal nasceu num cenário quase perfeito.

 

A Arrábida é uma das zonas mais bonitas do País. E se isso era válido há 100 anos, continua a ser verdade ainda hoje. O Parque Natural da Arrábida tem quase 11 mil hectares e é a morada de Azeitão, Sesimbra, Palmela e, claro, Setúbal. Podia falar de peixe grelhado, choco frito ou tortas de Azeitão (que tão pouco aprecio), todavia, é a sua paisagem idílica o pano de fundo que quero pintar aqui.

 

Portinho da Arrábida

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Para começar, posso dizer desde já que Setúbal/ Arrábida é pertíssimo da capital/Lisboa (40 kms apenas), o que faz com que muita da nossa vida possa ser feita na capital, desde que tenhamos possibilidades monetários para isso, claro está. Ainda assim, mesmo que não possuamos esse desafogo económico por 8 Euros podemos comprar um bilhete de ida & volta a Lisboa na rodoviária e dar sempre uma escapadinha à capital. A nível de transporte passam três autocarros distintos de meia em meia hora e ainda temos o comboio Fertagus (extremamente acessível).

 

Este ano, para não se repetir a caocidade de anos anteriores, foi implementado um programa “ Arrábida Sem Carros “, significa isto que para aceder a esta idílica paisagem o melhor mesmo é dirigirmo-nos até a rodoviária ( perto da baixa de Setúbal ) e apanhar o BUS que por 1,75 nos leva até a praia de Albarquel/ Figueirinha/ Galapos & Galapinhos. Os BUS são 4. Circulam como VAI/VEM, o que significa que existe sempre uma extrema afluência e nada de hiatos temporais que nos possam fazer perder um belo dia de praia.

 

Não se iludam; andar na Serra da Arrábida não é pera doce. Que o diga eu que habito aqui há 5 anos e já ponderei em fazer montanhismo ou escalada devido as peripécias que estas praias nos obrigam.

 

Entre o azul do mar e o verde da serra, o Parque Natural da Serra da Arrábida é um excelente lugar para por à prova a nossa preparação física.

 

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Situado junto ao mar, o parque oferece uma das paisagens mais deslumbrantes da costa perto de Lisboa. O ponto mais alto encontra-se na Serra do Risco, uma magnífica arriba com 380 m de altura. Os passeios de orientação ou de bicicleta são uma boa sugestão para conhecer este lugar exemplar, de pura vegetação mediterrânica do país. Podemos escolher o nível de dificuldade mais adequado e até se podem fazer percursos noturnos, mas não aconselho!

 

Como uma muralha verde a pique sobre o Atlântico, a serra abriga pequenas enseadas de areia branca e, apesar de estar à porta do Oceano, o mar aqui quase não tem ondas.

 

O Portinho da Arrábida é uma das praias mais bonitas e um bom spot de mergulho, com fauna e flora, únicas, por descobrir nas águas límpidas da pedra da Anicha, uma ilhota em frente ao areal. Tudo se poderá ficar a saber no Museu Oceanográfico, instalado na Fortaleza de Santa Maria da Arrábida. Galapos, Galapinhos e a escondida Praia dos Coelhos são outras praias nesta paisagem protegida, que vale a pena explorar. Já a Praia da Figueirinha é uma das mais frequentadas.

 

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A Reserva Natural do Estuário do Sado tem outros atrativos. Sejam os golfinhos que nos acompanham nos passeios de barco ou pelo facto de ser um local de observação de aves especial, com mais de 250 espécies que se podem avistar. O Moinho de Maré da Mourisca é um dos melhores sítios para o fazer.

 

Para melhor desvendar os segredos do Sado, sugiro um passeio à vela nos galeões do sal, embarcações tradicionais que percorrem o rio até à Arrábida, ou mesmo numa traineira. O contraste entre o branco das salinas, o azul do rio, o verde dos pinhais e o dourado da areia são a garantia de um tempo bem passado.

 

Podem aventurar-se em fazer os caminhos pedestres; eu faço-os, claro, todavia, devo avisar, que é preciso uma extrema preparação física, fazer acompanhar-se de água e bom calçado para não escorregarmos pelas arribas abaixo. As praias podem ser paradisíacas, mas para se alcançar o éden, é preciso sofrer um pouco!

 

Com sorte, o passeio será alegrado pelo símbolo do estuário - os golfinhos (juro que até hoje não vi nenhum/ talvez não gostem de mim, mas toda a gente garante vê-los) que nos acompanham com magníficos mergulhos.

 

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Sendo do Porto, e, embora Setúbal não seja uma cidade idílica a nível profissional, a verdade, é que esta possui um cenário único, presentemente, já muito apreciado pelos turistas e que de facto parece a Côte D`Azur.

Costumo sempre referir, juntem-lhe o Metro do Porto, a facilidade de acessos + uma francesinha e eu até ficava por aqui, todavia, cada cidade possui os seus encantos e o de Setúbal é seguramente o Estuário do Sado, o Parque Natural da Arrábida, o Choco Frito, Bocage e Troia!

 

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Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2018  ©

Fotos: Vanessa Paquete ©
Flyers: Vanessa Paquete

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