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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

DIOGO MORGADO COMO PROTAGONISTA DE "O MATADOR", FILME DE MARCELO GALVÃO QUE SERÁ O I FILME ORIGINAL BRASILEIRO A ESTREAR NA NETFLIX EM CERCA DE 190 PAÍSES

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O ator Diogo Morgado assustou os seus fãs nas redes sociais HÁ UNS MESES ATRÁS com o seu novo visual: de barba rústica, sobrancelha arqueada, olhar conspícuo e camisola cinza a condizer com o seu rosto de harpia, enquanto nos lançava um ar de polícia infiltrado ou de um bandido grosseiro desfavelado, ou, quiçá, um membro de um gangue, a verdade é que Diogo está diferente e surpreendeu-nos… outra vez!


Mas tudo por uma boa causa; agora já se sabe!


Este foi um artigo em que eu tive de ir comprar popcorn e mastiga-las morosamente para não lançar na net o que eu já sabia.


Não sou uma escritora sensacionalista. Nunca o fui. E desengane-se quem acha que o que me move é a competição. Muito pelo contrário, sei ficar a mastigar pastilha-elástica até ao último minuto; não dou nenhuma notícia em primeira mão sem que algum órgão oficial a publicite.


Creio que é uma questão de respeito por toda a equipa envolvida no projeto e pelos próprios atores. Diogo, que parece trabalhar a velocidade da luz (hoje sabe-se que é viciado em café), rodou em território brasileiro um novo projeto; mais precisamente em Pernambuco, bem no epicentro do nordeste do Brasil (algo com o qual eu já estava familiarizada há meses).


Como eu disse; desta vez foi preciso comer montanhas de pacotes de popcorn e mastigar muita bubblegum para não vazar a informação vice?


Mal finalizou as filmagens da sua primeira longa-metragem, enquanto realizador, em Faro, Diogo Morgado voou para o Brasil para mergulhar num novo empreendimento, cujo visual é a antítese de tudo aquilo que o ator nos mostrou até a data: O Matador!

 

E, se eu esperava que Jorge Monforte de Ouro Verde vingasse a chacina da sua família, e andasse por terras do sertão e Lisboa feito um mauserista, ou seja, um vingador que leva consigo uma pistola alemã Mauser debaixo do casaco - uma arma grande, pesada, dificil de manusear - , a verdade é que as minhas expetativas foram defraudadas; mas eís que nos chega em Novembro O MATADOR!


Desta feita, porventura, Diogo irá abraçou a sua maior metamorfose de sempre.


Deixou crescer o seu cabelo desalinhado, a sua barba está bem agreste e Diogo quase irreconhecível ou o seu papel não lhe exigisse tal: um franzir de cenho acentuado, um olhar enxague, sujidade debaixo das unhas e psíquico malévolo.


Diogo Morgado é o ator principal na primeira longa-metragem brasileira a ser difundida pela Netflix, conjuntamente com a atriz portuguesa Maria de Medeiros e outros atores internacionais, d`entre eles Étienne Chicot e Will Roberts (perito em westerns).

 

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O filme, dirigido pelo galardoado e multifacetado produtor Marcelo Galvão, trata-se de um faroeste em terras nordestinas com muita ação e um clima de violência a fazer recordar um pouco Quentin Tarantino, assim nos afirmava Galvão já em 2014, dado que o projeto já data dessa altura, quando o cantor Seu Jorge havia sido pescado para o papel do temido matador e, inclusive, iria participar no filme como coprodutor.


O cineasta Marcelo Galvão -- vencedor do prêmio de melhor diretor no Festival de Gramado devido ao filme a "A Despedida", uma longametragem inspirada no seu próprio avô, prometia-nos já para 2015 a exibição do “ Caçador” – nome inicialmente concedido ao projeto -  onde o cantor Seu Jorge assumiria o papel de protagonista na narrativa, todavia, é Diogo Morgado quem o substitui em 2016 e leva o projeto adiante em consonância com a equipa da Gatacine.


No filme de Galvão, Diogo irá protagonizar o papel de Cabeleira, um temido matador que viveu no final dos anos 30 no interior de Pernambuco. Encontrado abandonado na mata, Cabeleira (Morgado) acabará por ser criado desde bebê por um canganceiro violentíssimo chamado Sete Orelhas (nome que lhe é atribuído por este carregar os sete órgãos decepados numa pulseira). O personagem principal da trama (Morgado) acabará por crescer quase como um animal selvagem, completamente isolado da civilização, aprendendo com o seu tutor tudo sobre a arte da caça e a arte de matar, bem como a arte da sobrevivência.


Sete Orelhas (Montenegro) ao desaparecer e ao não regressar jamais fará com que Cabeleira (Diogo) parta em busca do seu paradeiro, até encontrar a civilização, local onde irá descobrir um mundo novo, um território sangrento comandado pelo comércio de pedras preciosas na região, chefiado pelo francês Mr. Blanchard (Étienne Chicot), para quem o seu pai trabalhava como assasino e que – na realidade – é o próprio responsável pela morte do mesmo.

 

Em 2014, Marcelo Galvão, confessava já algumas similitudes e ambição de revolucionar o faroeste brasileiro com um filme mais ousado ao estilo de “Django Livre”, com muito tiroteio, cangaceiros e um gênero mais pesado a nível cinéfilo, embora não tão explícito quanto Tarantino.


Com roteiro escrito pelo próprio Galvão, o filme é inspirado em fatos reais.

 

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A primeira vez que se fez referência a tal personagem foi num romance nordestino do século XVIII, narrado por Franklin Távora, e que ficou conhecido como sendo o primeiro romance a narrar a cultura nordestina e as vicissitudes e aventuras do mundo dos cangaceiros. Franklin Távora trouxe esse romance ao público também ele baseado em factos veridicos. Inúmeras são as cenas de sangue, morte e violência que – na altura – foram um tanto ao quanto reprovadas. Galvão ter-se-á inspirado na mítica personagem de Cabeleira para criar o seu primeiro filme de faroeste brasileiro que, momentaneamente, está a ser gravado no agestre pernambucano e que será a primeira longametragem original brasileira a estrear na Netflix, sem data ainda anunciada para tal!


Numa variante estritamente profissional – ao longo dos anos – fomos vendo vários atores sofrer algumas mutações drásticas de visual para interpretarem certos papéis, algo que ainda não é muito usual aqui em Portugal em termos masculinos, mas que lá fora já fez muitas caras bonitas deixarem crescer a barba e até o cabelo, o que os torna algo irreconhecíveis aos nossos olhos!


Sim, porque a caracterização dos atores é muito importante para que estes façam um trabalho credível e convincente ante os nossos olhos. Os grandes atores transformam-se, vestem a roupagem das suas personagens, encarnam o seu papel, personificam “um outro”.


Em 2008, Tom Cruise, o eterno galã de cinema e o astro de “Missão Impossível” ficou obeso e calvo usando uma peruca, uma roupa especial e próteses de mãos obesas para personificar a sua personagem em “Tropic Thunder“ o que o tornou absolutamente irreconhecível.


Embora alguns críticos não tenham apreciado a prótese que Nicole Kidman usou em ‘As Horas’ (2002) para interpretar a escritora Virginia Woolf, a verdade é que tal papel rendeu a atriz variadíssimos prêmios pela sua performance no filme, inclusive, o tão cobiçado Óscar.


Aos 52 anos, Johnny Depp ainda é considerado um galã para diferentes gerações. E, embora também seja reconhecido pelas suas transformações em Hollywood - sobretudo nos filmes dirigidos por Tim Burton -, a sua caracterização como gângster em ‘Black Mass: Jogo Sujo’, o seu último filme, chocou o público. Calvo, com lentes azuis e os dentes um tanto estragados, o ator aparece irreconhecível.

 

 

 

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 Diogo Morgado em " O Matador "


Desengane-se quem pensa que a transformação mais drástica pela qual Charlize Theron já passou para encarnar um papel foi em ‘Mad Max: Estrada da Fúria’. A atriz ganhou peso, usou próteses dentárias e até mesmo escondeu as suas sobrancelhas com make-up pesada para fazer uma serial killer em ‘Monster - Desejo Assassino’ (2003). E foi assim que ela se tornou a primeira representante da África do Sul a ganhar um dos prêmios principais da Academia do Cinema: Óscar de Melhor Atriz.


Ainda na secção de atores que cometem loucuras para encaixar o seu físico numa personagem, Jared Leto é o rei das transformações que pouco ou nada liga a sua estética tão aclamada pelas fãs. Jared engordou 30 quilos para fazer o assassino Mark Chapman no filme ‘Capítulo 27’ (2007), Já em “Dallas Club” (2013), o vocalista de 30 Seconds to Mars perdeu 13 quilos para encarnar uma mulher transgênero viciada em drogas – e, voilá, ganhou o Óscar de Melhor Ator Secundário pelo seu trabalho.


No final do ano de 2015, Diogo Morgado, comentava numa entrevista a RR que no seu próximo projeto iria solicitar uma transformação drástica, visto que a indústria de Holywood parecia levar a sério e premiar ostensivamente quem se submetia a rígidas transformações físicas e psíquicas para encarnar uma personagem.


Parece que o ator não estava a brincar quando afirmou tal!

Diogo tem-se mostrado bastante eclético, conseguindo fazer uma metamorfose perfeita em todos os papéis que tem vindo a agarrar; uma das suas melhores característica, aquilo que eu chamo de evolução cinematográfica, é que Diogo revelou-se um ator dotado de uma expressividade exímia: consegue fazer com que a dor/raiva nos seus olhos nos trespasse e se transforme numa vergastada beligerante ou as suas palavras de animosidade e pesar nos prendam à personagem. Existe toda uma envolvência, ora na sua fúria, ora no seu ímpeto que é completamente tangível.


O elenco do filme conta ainda com Marat Descartes, Nill Marcondes, Maria de Medeiros, Mel Lisboa, Daniela Galli, Thogun Teixeira, Igor Cotrim e Thaís Cabral.

 

Previsto para entrar em cartaz no serviço de streaming no fim do ano, "O matador" está entre os sete filmes na competição do Festival de Gramado (17 e 26 de agosto), um dos mais importantes do país.

 

 

Design de Flyers: Vanessa Paquete 2016 ©

Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©

Foto Principal: Diogo Morgado: Copyright INST/FACEBOOK ©
Foto Diogo Morgado Black & White: Diogo Morgado Copyright INST/FACEBOOK © 

IMAGES FLYER: INTERNET SOURCE/ Diogo Morgado: Copyright INST/FACEBOOK © 
Fotos Marcelo Galvão / Copyright INST/FACEBOOK/INTERNET SOURCE

Todos os Direitos Reservados ®

 

 

 

 

CRÓNICAS DE UM CORAÇÃO NÓMADA PARTE I

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Alguns dizem que a vida é para ser vivida e não suportada.

Eu escolhi a filosofia Carpe Dien há cerca de um/dois anos na minha vida. Tinha vivido tantas dores, desamores e desilusões que “chutei o pau da barraca” como dizem os brasileiros. Já não aguentava criar mais expectativas e sair defraudada. Já não aguentava mais depor toda a minha energia num amor que acabaria por magoar-me, ou num emprego que não me satisfazia e lançava o vazio dentro de mim.


Decidi que queria PAZ.


PAZ aos 35 anos de idade parece algo precoce.


Mas começara a viver jovem demais e passara por fases na minha vida muito intensas que poderiam substituir trinta anos na vida de qualquer mortal…


Primeira pergunta; poderia reformar-me aos 35 anos do amor e da vida em si? Sim, podia!


Tivera mais do que esperara que a vida me pudesse dar e a Deus agradeço por isso.


Na adolescência, acreditara que – um dia – não teria quaisquer experiências para contar a quem quer que fosse.


Tenho um baú cheio de recordações.


Creio que demorei muitos anos a perceber que não era uma pessoa estática, que a imobilidade me punha os nervos em franja, que precisava de viver experiências , de ter estórias para contar e não apenas fragmentos de livros para ler. Era sonhadora, romântica e, todavia, devido ao facto de me considerar não apreciável ao olhar masculino acabaria encerrada num convento, sem experimentar um beijo sequer.


Agarrei-me a um amor platónico por crer que era aquele que dar-me-ia menor esforço, contudo, esse mesmo amor platónico causou-me as maiores dores que eu pudesse imaginar, cada vez mais me vi sozinha e infeliz a desejar por uma morte há muito ansiada: em plena adolescência !


Mas Deus, esse Deus incógnito, do qual nada sabemos e tudo desconhecemos , ofereceu-me um verdadeiro banquete de experiências :

Noivei.

Tive famílias.

Umas cinco sogras.

22 namorados (é um orgulho e não uma vergonha). Trabalhei em empresas conceituadíssimas com pessoas fantásticas.

Viajei. Amei. Fui amada. Abandonei. Fui abandonada.

Tive as melhores amigas do mundo. Diferendos separaram-nos. A vida distanciou os nossos caminhos.

Vivi sozinha cinco anos. Experimentei dez freguesias diferentes e dez quartos alugados. Conheci pessoas maravilhosas, com as quais, compartilhei a minha vida.

Fui pedida em casamento. Rejeitei. Não quis ter filhos, mas, vivi momentos absolutamente românticos. Tive os beijos mais doces. Os mais fogosos também. Experimentei tantas texturas de pele que é impossível descrevê-las a todas mas recordo-me de cada voz, de cada toque, dos lábios de cada namorado, das noites passadas a conversar pela madrugada adentro no carro a porta de casa ou diante de uma praia qualquer.

Fui promovida nos emprego. Elogiada. Gabada. Tornei-me modelo. Exibi a minha fotogenia diante das lentes dos fotógrafos. Depois tornei-me fotografa.

Aprendi cinco línguas distintas. Estudei. Acho que conheço todas as reacoes do ser humano de cor e salteado. As “taras e manias” de cada signo. Criou-se uma organização de fotografia. Conheceu-se mais umas centenas de pessoas.

 

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Quando era catraia a minha madrasta dizia que eu era um “bicho do mato”. Talvez fosse. E depois decidi que queria saborear a vida na ponta dos dedos e sorver todo o mel e fel que ela tinha para me oferecer… e aqui estou eu!


Grata por tudo que Deus me deu!


Uma nortenha cidadã lisboeta ou margem sulense ou alentejana. Nem sei bem. Sei que estou algures para o sul onde muitas das minhas aventuras se cessaram porque escolhi ter paz.


Uma das coisas mais excitantes que me aconteceu aqui foi ir atrás do Diogo Morgado, e, ainda assim, ficou muito aquém das minhas expectativas. Eu habituada a fogo e ele…. Não consigo descreve-lo muito bem… Se calhar os homens do norte é que são fogo e fazem as minhas delicias; são pequenos meteoritos em explosão. Num olhar apenas vê-se a marotice deles. Muito latina. Muy caliente…


Os eventos de fotografia são uma aventura deliciosa. Recordações que jamais esquecerei e que pretendo continuar a perpetuar, porém, almejo muito a paz a nível psíquico, emocional e sentimental…


A decisão de não ter filhos é irrefutável e foi muito pensada.

 

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Sei quais são os meus amore de predileção e a liberdade e a música fazem parte desse círculo. Filhos, não !


Tenho 38 anos mas sinto-me como se tivesse 25 , com toda uma vida já vivida. Quantas pessoas poderão dizer que viveram tanto?


Como disse Lara Fabian um dia numa entrevista “ Quando era adolescente acreditava que um amor de perdição seria a escolha perfeita na minha vida, hoje, não imagino a minha vida sem os dez homens que amei e desaconselho por completo a que uma mulher ame apenas um homem ou que não seja livre, pelo menos, uma vez na vida “


Faço de Lara Fabian, as minhas palavras! Vivam. Vivam muito. E depois usufruam do descanso do guerreiro.

 

 

Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2017  ©

Fotos: Filipe Perinas ©
Flyers: Vanessa Paquete

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