Como decisão estival, decidi abandonar o Facebook!
E foi a soluçar e de olhos a lacrimejar, dobrada sobre mim mesma que tomei tal resolução.
Parecia algo patética, dado que não possuo ninguém de interesse no Facebook e era quase incompreensível o porquê de tal dor penosa: creio que é o hábito!
Nos últimos meses, como resolução de vida, resolvi dizer a toda a gente aquilo que me ia na alma (para o bom ou para o mal) e se, por vezes, tal acto é espontâneo, noutras é um acto puramente refletido pois sinto que tenho mesmo de dizer a essa pessoa o que penso acerca dela, todavia, escolhi não o fazer via redes sociais.
A minha paciência começou a esgotar-se com o último evento que se realizou. Com uma série de paranoicas, psicopatas e inimigos a querer destruir o que se estava a fazer é de conhecimento geral, que se fosse eu que tivesse a frente de tal, este seria cancelado.
Razão?
Sou uma mulher de paz, curiosamente!
Posso não o parecer mas sou!
A minha paciência não consegue suportar a inveja, a rivalidade e a falsidade que existe nesta rede social respeitante ao mundo da fotografia, é como dormir com o inimigo: complôs; mentiras; aldrabices; ameaças, tudo o que se possa imaginar de sórdido e desumano.
A paciência já vinha a rebentar pré-evento.
Cumes de problemas. Perfis falsos. Ameaças de retirada de modelos. Ameaças de processos judiciais. Literalmente, parecia a III Guerra Mundial. Momentaneamente, e para resguardar o evento fechei a boca, mas tanta maldade colocava-me incrédula. Cedo, apercebi-me que – neste mundo da fotografia – este era o MODO OPERANDIS : mentiras; difamação; calúnias e falsidade.
Não adepta de tais coisas na minha vida começou a subir-me a mostarda ao nariz e não no bom sentido. Queria-me afastada do Evento. Se possível a todas as pessoas envolvidas para que pudéssemos viver em paz e respirar energias positivas. Uma nuvem cinzenta de mau agouro fazia-me previsões de uma grande intempérie. Eu gosto apenas de me descontrolar por uma razão: homens e tão somente homens!
Eu só me permito a mim própria um descontrolo de emoções e esse é o meu calcanhar de Aquiles: homens & ciúme! A paixão deixa-me cega e, por vezes, controlar as minhas emoções é uma luta inglória, todavia, esses são os únicos argumentos que desculpo na minha existência para entrar numa guerra: o amor, a paixão, o ciúme…
Já falei aqui do Cyberbullying, do qual, fomos vítimas. Milhares de perfis falsos juntaram-se para nos denegrir. O estranho era eu conseguir reconhecer a escrita e conseguir diferencia-la de perfil para perfil. Como já foi relatado aqui também num post anterior, os IPS foram mostrados e entregues a PJ. Numa noite as 03 da manhã eu decidi mesmo abrir o caso. Absolutamente contrafeita e indignada por ter de estar a gastar a minha energia contra os malfeitores que não possuem um pingo de índole ou decência, estava furiosa!
Não queria ter entrado naquele mundo da fotografia.
Amaldiçoei mil vezes o dia em que o fiz e os hipócritas que nos sugam as energias, respiram malvadez e expiram complôs!
Abanei a cabeça e disse que NÃO, já parecia a música do DENGAZ!
As palavras de uma figura pública que em 2009 declarara as redes sociais más e pavorosas e que só entrara nelas a conselho do melhor amigo também não me saiam da cabeça; parecia um maldito karma!
Era como se as suas palavras fossem água cristalina de conhecimento ou vergastadas nas costas, Seja de que maneira for – mais uma vez – ela possuía a sabedoria do seu lado e toda a razão. Aliás dita pessoa só aderiu ao Facebook em finais de 2012. Quando me recordo disso, penso sempre no tempo precioso que ele gastou a viver a vida junto da sua família e a trabalhar, ao invés, de estar naquela rede social a ver ou a ler o que não desejava.
Homem sábio!
Por uma ridícula ironia do destino, seria ele próprio a dizer-me tal este ano; a ínfima importância que as redes socias possuem na sua vida. Achei-o deveras tão sincero que o único ciúme que posso sempre nutrir é o daqueles que usufruem da sua teimosia, casmurrice, racionalidade e companhia.
Infelizmente, por vezes, pareço nutrir uma relação de amor-ódio com ele mas é porque acredito infinitamente nos seus dogmas mas não o posso demonstrar, sem que me rotulem de, sei lá, como explicar isto? Ahhh, bom… Não sei se atingem ou não, o resto fica ao critério da vossa fantasia!
Eu própria pareço casmurra, teimosa, intratável para com ele mas isso é uma questão de orgulho: evidentemente que tudo o que ele diz parece bater certo como um mandamento e a sua racionalidade parece uma bofetada de luva branca que desarma o mais altivo dos espíritos e o meu é bastante orgulhoso.
Deixem-me que vos conte algo para aliviar um pouco a tensão: Vi-o nos Globos de Ouro. Na passadeira vermelha e, posteriormente, na gala. Queria fazer uma crónica no Blogue acerca de tal mas ainda não tive coragem pois aquilo parecia a via-sacra lacrimal. Ao vê-lo, entrei em pânico, o corpo ficou gélido, não conseguia sair dali. Ficaria ali presa para sempre no meio da multidão, caso o meu colega não me tivesse ajudado a evadir-me. Consegui esconder-me por entre os transeuntes e toda encolhida a chorar. Era esta a minha primeira reação ao vê-lo após uma ridícula discussão: as lágrimas turvavam-me os olhos, deixei de ver por segundos e senti na ponta dos meus dedos ao enxaguar as lágrimas a tinta preta do eyeliner e do rímel. O meu colega tirou-me de lá num ápice e fez-me caminhar por entre o labirinto de pessoas até uma casa de banho onde me pudesse recompor. De lenços de papel na mão e a soluçar, tampouco sei como tive coragem de assistir a Gala, mas, creio que essa crónica deva ficar para uma outra altura!
O Facebook? Pois!
Exausta das paranoias do Evento, mais as agravantes de perfis falsos a atacarem e ver o meu nome enxovalhado porque disse aquilo que pensava de uma pessoa e ela não foi capaz de o guardar para si, ignorar e mandar-me ir dar uma curva ao bilhar grande, ainda tive de levar com o rótulo de descompensada e desequilibrada e um rebanho fiel de seguidores a comentarem algo acerca de alguém que nem conhecem; o mundo do facebook é genial não é verdade?
Desequilibrada e descompensada deve ser o rótulo que mais me atribuem.
Os loucos possuem sempre genialidade; nunca ouviram dizer?
Mas descompensadas e desequilibradas foi o que mais encontrei neste evento. Ao final de duas semanas, já não aguentava ouvir falar no nome de X ou Y. Mais uma vez, se a página fosse administrada por mim teria ido abaixo porque este mundo precisa de paz e de pessoas de boa índole que ajudem as tais desesperançadas (e não descompensadas) a acreditarem que existe bondade neste mundo, a guiarem-se pela fé, a respirarem energias positivas e a caminharem para algo melhor, todavia, havia muitas responsabilidades a serem cumpridas com certas entidades.
Mas guerras? Não, obrigado!
Já me bastam os meus estúpidos erros que me acarretam dissabores, mas esses são no foro da emoção e a racionalidade ainda não se conseguiu sobrepôr aos sentimentos.
A minha opinião? Estou num país democrático!
Sei que não infringi leis nenhumas e que, apesar da amargura das minhas palavras, sei que o que disse está certo. A malvadez pode ser disfarçada mas vem sempre ao de cima quando encostada a parede.
Boas maneiras para Inglês ver é muito bonito de ser praticado, enfim…
O Facebook pode ser tóxico…
Eu, que me limitei a dar a minha opinião em privado, fui chacinada em público porque – óbvio – o que a malta gosta é de ver o circo a arder, como tal, e já esgotada e pelos cabelos a minha decisão foi DIZER QUE NÃO, tal como o DENGAZ!
Recordei-me de uma velha conhecida de nome Joanne que ficara de coração destroçado ao ver o seu ex-amado com outra. Na altura, ao ver a Joanne a colocar o Facebook abaixo – também feita meio aparvalhada – achei que a Jo estivesse grávida dele e desejasse sossego. Afinal, a Jo estava em profundo luto e a sofrer porque a relação terminara. Numa atitude muito corajosa e racional, colocou o seu Facebook abaixo por quatro meses.
Achei tal de uma coragem sublimar!
Aplaudi-a mil vezes!
Hoje, no meio do turbilhão, voltei a aperceber-me que a Joanne voltara a colocar o Facebook abaixo. Passados dois anos da descoberta do outro relacionamento do seu e meu ex-amado a caminho de ser pai ou já feito pai, questionei-me se a paixão fora tão profusa que a Joanne não conseguia contemplar o que os seus olhos não desejavam ver.
Anui que sim.
Agarrei-me ao exemplo da Joanne e disse para mim própria “ Se não gostas de estar no meio de uma guerra, não vás para o epicentro da tempestade. Já disseste o que tinhas a dizer, já te esgotaste, já desperdiçaste a tua energia vital para lutares no teu dia a dia,: Tu sabes quem tu és! “
Só quero paz! Tenho um ar demasiado simpático para ganhar rugas e ser invadida por elementos tóxicos e perversos...
Por isso decidi seguir o exemplo da brava Joanne que se afastou!
Dizem que nada acontece por acaso e o ano de 2016 parece ser um ano de grande aprendizado para mim relativamente a tirar ilações positivas de situações negativas.
Ironicamente, não me canso de escutar as palavras de alguém na minha cabeça a dar-me um sermão acerca de redes sociais. Parece que algo que eu faça direcionado para ele, faz ricochete e volta a recair em mim, como se alguém me apontasse o dedo e estivesse ali incisivamente a querer dar-me uma lição de moral ou a explicar-me algo acerca da vida dele e de tudo aquilo que eu criticara.
É como se fosse imperativo eu entendê-lo e, estupidamente, através dos meus erros, vou entendendo-o mais do que alguma vez ele possa imaginar. Começo a acreditar que, afinal de contas, talvez realmente hajam “ escolhidos “…
Quando mais tento entrar na tal relação de amor-ódio com ele e oscilo de um Pólo para o outro, mais estaladas levo e o meu cérebro fica congelado.
Como eu gostava de ser anónima agora e ter a minha privacidade!
Mas, por ora, fiz a opção de seguir o caminho da paz.
É a minha escolha!
Espero que a respeitem!
Facebook Oficial OF!
O Blogue estará muito mais ativo porque também já fiz as minhas escolhas de livros a serem lidos este Verão.
Aguardem por publicações excelentes!
Acredito piedosamente que todos nós temos desejo de investir o nosso tempo em coisas que regularmente não fazemos como indivíduos (como ler mais livros, fazer exercícios, aprender uma nova lingua, aprender uma nova tecnologia, estudar para um concurso, etecetera), e também como coletividades que somos (prestar mais atenção a nossa familia, importarmo-nos com os outros, fazer mais favores, escutar as pessoas, conversar, ajudar...).
Tudo menos fazer parte de circos de fera; não obrigado!
Em tempos idos, quando não havia internet, “todas as pessoas” ficavam a saber das catástrofes, os desastres naturais, os acidentes aéreos, a enchente não sei de onde, o assassinato de Daniela Perez, a morte de Ayrton Senna (para citar alguns que marcaram a minha adolescência e sucitaram grandes debates) Todas as pessoas choravam, lamentavam, comentavam e criticavam. As pessoas tinham as suas opiniões formadas, mas ficavam restritas apenas ao seu círculo social. Vizinhos, família, colegas de trabalho ou escola. Caso tivessem um comentário infeliz a fazer, deixavam uma marca negativa em seis, sete pessoas, e quando muito, (a ser bem pessimista) 20 ou 30 desafortunados ouviam-nos, mas isso não causava um efeito tão devastador na imagem de um grupo quanto nos dias de hoje.
A internet, entretanto, facilitou a comunicação de um modo que potencializou o poder de influênciar as pessoas. Sites, blogs e redes sociais massificaram a opinião, e agora todas as pessoas dizem o que pensam (incluindo eu) quando quer e bem entende sobre qualquer coisa; não na mesa do restaurante, para um público que se pode contar nos dedos da mão, mas para milhares de indivíduos, simplesmente quando decide responder ao sr. Facebook ‘ O que você está pensando?’ “
Nós sempre fomos assim.
A única diferenca é o alcance das nossas opinoes e comentários neste preciso momento. Entre o pensamento e o teclado, acredito que exista uma distância menor do que entre um pensamento e a boca. Agora temos “coragem” de escrever qualquer coisa no facebook. Coisa que nao teriamos “coragem” para dizer cara a cara com alguém, mas é tao fácil simplesmente escrever no facebook. É muito comum ver pessoas a reclamar e a opinar acerca de TUDO, e “a meter o nariz” em todos os tipos de assuntos possíveis. É comum ver opinioes de pessoas que nunca conhecemos antes, e nao por nao terem tido contato suficiente, mas simplesmente porque o nível de “coragem” dessas pessoas ao publicar algo no facebook é muito alto. Muito diferente de uma conversa cara a cara.
Além disso, a “coragem” aumenta pelo facto de nao precisarmos preocupar-nos com o impacto de algo que falamos, quem nao gostou do que falamos que nos bloqueie e assim anda a nossa liberdade de expressão...
Pessoalmente eu já disse o que tinha a dizer e tampouco foi via facebook.
Decidi que: Quero evitar falar “disparates, descer ao nível de certas pessoas e inspirar veneno tóxico” ou fazer “reclamações idiotas ou meter o meu nariz onde não sou chamada” perante um público de milhares de pessoas sem me preocupar com o alcance real das minhas palavras e com as consequencias que tal pode acarretar. E nas redes sociais que ainda continuo a participar quero ter cuidado com o que falo, e contar até 10 antes de compartilhar, postar, responder, rebater, gostar, amuar, etcetera...
Ao Facebook hei-de voltar. Mas muito mais sábia! Que os cães se gladiem pelo osso que tanto desejam roer.
O desfecho da história já todos nós a sabemos: o instinto da sobrevivência não permite partilhas de ossos. Alguém terá que cair. Alguém terá que ser o lider da alcateia.
Assim caiem e constroiem-se impérios!
Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©
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