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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

CONFISSÕES PARTE I :TUDO O QUE NOS VAI CÁ DENTRO

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Existem dias em que só gostava que estivesses aqui para eu te puder perguntar; como é que aguentavas?

 

Parecias sempre tão forte!

 

Milhares de discussões tinhas com o meu pai. Ficavam semanas sem se falarem. Faziam ultimatos. Protocolos de guerra. Um dormia no sofá. Outro na cama. Obrigava-lo a comer fora (eu acabava por ir por arrasto). Dizias alto & bom som que não cozinharias mais para ele enquanto a guerra perdurasse.

 

Ele saia todas as noites.

 

Fazia-te pedidos de divórcio.

 

Tu recusavas.

 

Levantavas-te todas as manhãs para cuidares dos teus filhos. Ias para a praia no Verão, mesmo vocês não se falando há semanas. Cantavas músicas da Ágata. Nunca descuraste a tua aparência. Amavas a casa em que vivias. Pouco importava se o meu pai e tu estavam em guerra ou não. Tu eras uma guerreira. Tu sabias aguentar uma guerra. Tu sabias estar numa guerra. E como eu tenho hoje a certeza que sofrias e choravas por dentro, todavia, nunca te vi chorar uma única vez ao longo dos anos: como é que o fazias?

 

Eu grito com toda a gente, sabes?

 

A minha infelicidade e insegurança fazem-me ter tal atitude: é incontrolável!

 

Mas tu sabe-lo, não sabes? Tu sabes como é sentirmo-nos assim, não sabes?

 

Porque tu gritavas comigo. Tu atiravas-te a mim. Eu era o teu saco de porrada.

 

E agora estás a fazer-me ver como te sentias. Que precisavas de alguém para descarregar todo a tua raiva e frustração.

 

É terrível quando nos traem, não é? É horrível quando não temos para onde fugir, não é?

 

Dependentes de um homem; sem dinheiro, sem bens e sob as asas daquele homenzinho que só desejamos ver longe de nós porque nos humilha/nos torna inúteis/pequeninas/nos berra e coloca tudo em primeiro lugar, em detrimento de nós próprias.

 

Na altura, achava que o meu pai era endeusado e tinha a razão toda do lado dele e eu era a sua filha. A única filha, na altura! E tu não eras minha mãe; sangue do meu sangue: eras a minha madrasta!

 

Eramos terríveis uma com a outra; não eramos? Ambas orgulhosas, altivas, teimosas e com uma cruel tendência para provocarmo-nos mutuamente. Acho que esse era o nosso jogo. A nossa brincadeira. A nossa estranha maneira de comunicar uma a outra que ambas eramos infelizes.

 

Eu sempre adorei o meu pai, sabes? Queria tê-lo só para mim. O meu pai, o Ivo & o Tiago. A Santa Trindade! Nisso sempre acertaste. Eram os três homens da minha vida. Por vezes, acho que ainda são. Houve outros. Nunca me conseguiram fazer feliz. A exceção do Duarte. O Duarte não empreendia projetos sozinhos. Não se armava aos cagos. E quando se armava pedia-me sempre a opinião primeiro; eu era a bússola do Duarte; o seu Sul e o seu Norte… e quanto eu me sentia feliz por ser o oráculo dele. O Duarte amava-me, sim, eu sei! O quanto ele precisava de mim e me era fiel… Na altura, estava longe de andar metida neste engodo das traições, do desejo de desaparecer, de me evadir, de cortar os pulsos… Nunca me senti sozinha com ele. Nem inútil. Ele dava-me uma força e uma coragem inestimável.

 

E as músicas que o Duarte gostava? As músicas Meu Deus! Tu sabes! Músicas belíssimas, românticas que me dedicava sempre de coração aberto como que a dizer que me amava. Todas as noites proferia essa frase. Sem hipocrisias e cinismos, apenas verdade e transparência. Era um homem simples. Tu sabes o quanto aprecio a simplicidade, a desnessidade de agradar este, aquele e outrem. Tu sabes que eu deixo de jogar esse jogo muito rapidamente.

 

O Ivo & o Tiago, que lição de vida não?

 

Eles ensinaram-me tudo, acima de tudo, a nunca mais me empenhar em ninguém, a nunca mais voltar a querer, a amar… Há coisas que faço e digo e passado uma semana penso: “ Eu disse mesmo isto?” ou “ Eu fiz mesmo isto?” … Tu deves conhecer o sentimento. É o vazio. A necessidade da adrenalina a correr dentro de nós. A necessidade de fazermos algo…Nem que seja pegar numa agulha, picarmo-nos e ver o dedo a esvair-se em sangue.

 

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Meu Deus, havia tanta coisa que queria contar-te. Desde que eu era miúda… tanta coisa que eu queria contar-te. Para começar o porquê de gostar tanto do Ivo & do Tiago. Será que existe sequer explicação para isso? Vamos ser as duas um pouco racionais e acreditar que existe! Sabes que ainda hoje ninguém os conseguiu substituir? E olha que foram muitos os pretendentes ao cargo.

 

Possuem músicas próprias.

 

Quando as escuto nenhuma outra pessoa me vêm ao pensamento a não ser eles. Eles são donos desta, daquela e de outra música. Na realidade, eles são donos de milhares de músicas na minha cabeça. Jamais poderia confessar a outra pessoa que umas pertencem ao Ivo e outras ao Tiago; tu eras a única a saber que ambos mexiam comigo. Houve coisas que erraste relativamente a mim mas nessa acertaste como se tivesses acertado num jackpot.

 

Eram os dois.

 

Não apenas o Tiago.

 

Todavia, já me achavam suficientemente louca por causa do Tiago. Imagina se mencionasse o Ivo. Deixei esse segredo entre nós duas. Até hoje nunca consegui compreender por que razão de cada vez que escuto “ Never Get Enough Of Your Love “ do Michael Bolton me traz o Ivo a cabeça. O tema é belíssimo. Quando o escuto viajo para o Ivo. Não para o Tiago. Tu sabes que só o comecei a escutar em 1998, portanto, é daqueles mistérios indecifráveis, mas, tu sempre soubeste que escrevia para os dois e que marcava os poemas com as iniciais do nome de um ou outro.

 

Um dos meus maiores arrependimentos?

 

Em 2010 o Ivo tinha HI5 (acho que essa rede cibernauta ainda se usava com frequência); creio que depois também teve Facebook e – curiosamente – a minha semelhança, tinha um certo gosto por Slide Shows. O Slide Show tinha uma panóplia de fotografias dele, dignas de serem guardadas no baú de recordações, mas como sacar fotografias de um Slide Show?

 

Andei dias à volta com esta questão. Já tinha um cofre com fotografias do Tiago. Faltava outro com fotografias do Ivo. Um dia, apercebi-me que o Ivo fizera o Slide Show no mesmo programa que eu fizera o meu. Coloquei o nome e nada. Pensei e pensei. Era necessário o E-Mail; que E-Mail teria eu se fosse o Ivo Madalena?

 

Tu sabes que eles sempre foram ridiculamente previsíveis em tudo. Com aqueles dois não existiu uma única surpresa. Assumiram relações ou casaram-se exatamente na altura que eu previ e com quem eu previ e foram pais exatamente na altura que eu previ e fizeram da vida deles exatamente aquilo que eu achei que fariam: conhecia-os de cor e salteado: tu sabes isso!

 

Muitas pessoas duvidaram.

 

Eu não; conhecia-os como a palma da minha mão.

 

Ainda me rio daqueles que acreditavam que eles iam acabar nos andaimes a lançar piropos as garotas da rua. O Ivo & o Tiago tinham aquela centelha e não/contra todas as probabilidades eles não eram desprovidos de neurónios e aquela beleza, Meu Deus, não era tão óbvio que lhes havia de abrir portas?

 

Voltando ao Slide Show… Lá acabei por me colocar na cabeça do Ivo e coloquei o E-Mail que achei que seria o dele e bingo… Lá estavam as fotografias prontinhas para gravar e guardei-as mesmo a todas. Aqueles olhos verdes, ai Jesus! Que aquele olhar até nos causa uma síncope cardíaca. Bom, fiquei com uma coleção inestimável. Um dia, não me perguntes porquê, livrei-me das fotografias do Ivo e – por incrível que isto te possa parecer – arrependo-me até hoje.

 

As do Tiago estão numa pasta omissa num disco externo. Raramente vou lá. Já passou o tempo em que fazia isso Já não vou lá há séculos…

 

Meu Deus, o Gustavo, o que faço com ele? Diz-me o que faço com um ser apático que está a meu lado e age como se eu fosse transparente? Tudo o que lhe importa são outras coisas. Sai comigo e está a meu lado por obrigação. Era assim quando o meu pai e tu se zangavam ou ele te pedia o divórcio? Preciso de respostas. Compreendes?

 

Não quero mais estar ao lado do Gustavo. Olha-me como se eu fosse malévola. Tem um estranha maneira de estar na vida, com cinismo. Quer agradar aos hipócritas que se acham grandes e não passam de um monte de merda, tudo em prol dos seus interesses, claro. Que lhe importa a minha opinião ou eu? Faz de tudo para agradar a esses hipócritas suprassumos de tudo. Dá conversa a gajas. Acho que se pudesse se enfiava na cama com elas porque – segundo a sua opinião – são mais maduras do que eu. O que é que essas meninas sabem da vida? Tu e eu sabemos! Nada vezes nada! Vivem da pensão dos pápás.

 

Como é possível este gajo não dar importância a uma gaja que lutou verdadeiramente pela vida? Deixa-se levar por palavras e mais palavras de meninas que recebem uma pensão no inicio do mês e andam por ai a exibir-se a meio mundo… Não é coisa que se perdoe, tu sabes isso! Tu sabes o quanto eu batalhei para não pedir nada ao meu pai. Tu sabes isso. Tu estavas lá. Tu viste… Portanto, diz-me, como é que tu fazias para aguentar o Inferno na Terra? Era por causa do dinheiro? Aqui não o há! E ainda me atira a cara isso como se um emprego me fosse cair no colo da noite para o dia. Ao menos, o meu pai era um homem simpático… No meio de todos os seus defeitos, sustentava-te, a ti e as tuas filhas… Creio que isso era razão suficiente para ficar, apesar da guerra acesa…

 

É não dá mesmo para CONTINUAR...Esta canção já terminou um relacionamento meu. Um bem mais sério, onde havia sentimento e houve amor. Aqui não há nada! São as coisas que tu fazes; a apatia! Está tudo mal! E tu nem facilitas: EU NÃO TENHO PARA ONDE IR, AO MENOS TEM ISSO EM CONSIDERAÇÃO, ao invês de me fazeres nunca mais querer olhar-te na cara. Na realidade, acho que o fazes de propósito para que eu saia mas sabes que mais, sou como a minha madrasta: " Não te darei isso ! "

 

 

Bom, também não nos podemos esquecer que a casa tinha dois andares.

 

Abençoada aquela casa!

 

Era tão grande que permitia que cirandássemos por ela sem nos cruzarmos uns com os outros porque num campo de batalha tão aceso, nenhum de nós se queria cruzar com o outro.

 

Tens de admitir. Nós erámos cómicos. Muito loucos ou muito fortes.

 

O meu pai trancava-se no andar de baixo com uma garrafa de Whisky no seu imenso escritório cheio de livro e papeladas. Tu batia-lhes a porta e fazias um ultimato qualquer em poucas palavras com a voz segura, altiva e incisiva. O meu pai respondia-te na mesma moeda. A vossa frieza e diplomacia desconcertava-me. Aposto que se vivessem numa casa de duas divisões haviam de ter cometido um homicídio. Era impossível terem-se aturado. Reclamaste tanto da minha reclusão e olha como agora estou aqui sem cometer homicídio ou suicídio mas com uma vontade irrefreável de o fazer; tu sabes que é impossível duas pessoas que não se aturam e se detestam conviverem no mesmo espaço.

 

Olha o meu telemóvel é um sobrevivente.

 

Hoje voou um cinco metros de encontro a parede. Teve de ser. Para eu não lhe partir uma jarra na cabeça ou armar-me em faquir.

 

Meteu-se com uma gaja. Aliás mete-se com muitas. Sabias que até se meteu com a ex do Tiago; a Irina?  Acha que o facto de estar a dar-me teto e comida lhe dá o direito de gozar com a minha cara e humilhar-me. Bom, no fundo, quer armar-se “no meu pai”, por isso mais uma vez te pergunto: como é que aguentavas? A sério, tinha de haver um truque, qualquer coisa, podes sussurra-me em sonho qual era a chave para aguentares, mas, eu acredito que era a ausência do meu pai e o dinheiro no final do mês.

 

Eu sei isso, porque com o Gustavo já passei pelo mesmo. Um dinheirinho no final do mês e desaparece-me da frente e não me chateies muito a cabeça e podes comer quantas quiseres; verdade não?

 

Realidade dura e crua mas a nossa realidade! Somos tão iguais!

 

Eu li os teus poemas! Só fiquei a saber que escrevias tal como eu depois de teres falecido. Tinhas uma letra linda, deixa que te confesse! Fiquei fascinada com a tua poesia; eras tão verdadeira nela! Não eram poemas de amor todos floreados, mas sim poesia acerca da solidão que vivenciavas e da farsa e mentira que era a tua vida; olhavas-te ao espelho e não te conseguias encarar.

 

Jamais esquecerei essas palavras: como é que aguentavas?

 

Bom, a abençoada casa de não sei quantas divisões foi um refúgio seguro para todos. Muitas vezes, abrigo de comes e bebes e inúmeras festas semanais, jantares à italiana (daqueles que o Diogo Morgado queria impor ou tentou impor na séria THE BIBLE, ai aquele homem, lembra-se de cada uma, alterar o Livro Sagrado, só mesmo ele). Outras vezes, um total refúgio para cada um de nós. Eu trancada no meu quarto. A Inês e a Mónica no delas. Bom, ninguém se pode queixar de nunca ter havido privacidade naquela casa (repara que estou a sorrir)

 

Quando a compraram e escolheram dois salões e cinco quartos já sabiam que nós nos íamos engalfinhar todos não é verdade?

 

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Awwwfff, estou a escrever-te e a ouvir música e lá vem a tal música do Ivo. Que pertence mesmo ao Ivo. Sei lá, se calhar quando a escutei pela primeira vez estava a olhar para ele; quem sabe? Esta música é mesmo do Ivo!

 

Existem dias em que só gostava que estivesses aqui para eu te puder perguntar; como é que aguentavas?

 

Parecias sempre tão forte!

 

Acho que se fosses minha mãe a minha vida teria sido completamente diferente.

 

Olha, para começar, o Diogo Morgado não teria pensado que eu estava apaixonada por ele e não teria tido uma crise nevrálgica em direto. Que vergonha! Tu terias adorado aquele ator. Terias mesmo! Infelizmente não viveste tempo suficiente para presenciares a sua carreira.

 

Nem tu nem a minha mãe.

 

Ambas tê-lo-iam adorado!

 

Ele tem aquele “ je ne sais quoi “ à Ivo & Tiago mas, ao contrário deles, coloca na fogueira quem afirme que ele é bonito. Nunca percebi se aquilo é mesmo despretensão a beleza, vergonha ou complexo. Tu terias logo dito que aquilo era um homem de fazer quebrar qualquer mulher. Olha, ter-te-ias rido se visses o quanto o tirei do sério; foi isso que eu fiz? Nem sei! Mas eu não tirei do sério toda a gente? É a minha maior arma; fazer os controlados perderem o controle, é assim que te olhas ao espelho e sabes que apesar de não possuíres NADA ainda possuis ALGO; a capacidade de destornear o outro.

 

Parece cruel mas não é!

 

Com quem aprendi eu a arte da provocação ? Contigo, claro está!

 

Mas tu eras muito melhor que eu! Muito mais forte. Muito mais inteligente. Muito mais maliciosa. Lembras-te dos lençóis de seda que colocavas na cama quando estavas zangada com o meu pai? Dizias que ele os odiava. Que escorregava por todos os lados e tu de propósito colocava-los na cama para o provocar. Lembras-te do quanto te bronzeavas e andavas pela casa de tops e minicalções no Verão? Semanas e semanas de silêncio, pedidos de divórcio, cartas do advogado e tu a assobiar pela casa nos teus minicalções e bronzeada que nem uma estrela de cinema, como que a dizer-lhe, vai a merda, faças o que fizeres não me vences neste jogo.

 

Um dia li no teu diário quando tinha catorze anos: “ Jamais te darei o divórcio “ !

 

Vocês – presentemente – são as minhas estrelas de rock/os meus ídolos!

 

Como é possível ter-se em duas madrastas os nossos ídolos?

 

Não sabes a história das tuas rivais. Um dia conto-te. Sabes? A minha mãe era a mais descontrolada. A mais ingénua. A que chorava. A que ficava com a cabeça a latejar e sofria e depois afogava-se na bebida e na droga… A mãe dos meus irmãos era muito parecida contigo: provocadora, nariz empinado e usava as mesmas armas que tu. Por que razão achas que a relação continuou paralelamente ao teu casamento? Porque vocês eram parecidas e usavam as mesmas armas e a mesma linguagem : “ Nunca vou desistir de ti! “

 

Meu Deus, o Tiago e o Ivo Madalena SÃO O MEU PAI! Sim, já toda a gente se apercebeu disso! O charme que o meu pai lançava em vocês é o mesmo que eles lançam nas mulheres. Irónico não? Os três homens da minha vida igualzinhos: uns pinga-amores!

 

Sinto muita falta do Duarte! Ele amava-me tanto! Cristo, o Gustavo só falta pôr-me as malas a porta e dar-me um chuto no traseiro. O Gustavo faz ter-me vontade de desistir de viver. Completamente incapacitado de dar-me coragem para seguir os meus sonhos e objetivos. Completamente incapacitado de me arrancar um sorriso. Simplesmente completamente incapacitado… Simplesmente enfiado nos projetos dele, dos quais, já nem me deixa fazer parte… Sabes? Acho que não vou aguentar por muito tempo…

 

Ou me suicídio ou me suicídio…

 

Não há meio termo!

 

Tenho saudades de ter-te a gritar comigo. A mandar-me aqueles sermões. Sei lá, tenho saudades tuas… Acho que tu e a mãe dos meus irmãos eram tão fortes. Aguentaram traições. Bebedeiras. Semanas a fio em silêncio e discussões. Como é que vocês faziam as pazes? Com presentes caros? Sexo? Vá lá, tinha de haver alguma coisa superlativa nele… Eu sei, é meu pai! Só por aí tem de haver algo muito especial. Não ligues. Estou a brincar. Nenhum gajo me pega. Eu não dou sexo a ninguém. Sou a antítese dos meus pais. Tão parecida com eles em algumas coisas mas falta-me o raio da frieza deles…

 

A minha mãe foi uma mulher de rua… Esteve presa um ano. Tem de haver frieza, insensibilidade!

 

Eu pareço uma carpideira a chorar. Eu já podia ter-me mandado daqui. Umas noites com uns clientes, uns quantos broches e tinha dinheirinho fácil na mão.

 

Mas quando pensei em passar a ação apareceu-me o #HOTJESUS no meio do caminho. Vê lá tu. Ao invés de me fazer a vida, recuperei a esperança e pus-me a utilizar os meus magníficos talentos e intelecto em prol dele. Havia alguma moral implícita no meu encontro com o #HOTJESUS?

 

Não me vais responder pois não?

 

O meu intelecto em prol dele não me serviu para nada.

 

Deu tudo errado!

 

Vou terminar, por hoje! Com saudades de todos vocês: tu; a minha mãe; o Duarte; o Ivo & o Tiago…

 

De que serve estas paisagens magníficas com um ser insensível ao meu lado? Há alguma lição implícita? Este homem odeia-me! Eu tenho de me ir embora. Tu sabes isso! Eu sei isso! Toda a gente sabe isso, portanto, faz com que eu me vá embora, POR FAVOR!

 

 Esteja eu aonde estiver, VOCÊS, sempre serão os meus " queridinhos ".

 

" BORN TO RACE: FAST TRACK " C/ DIOGO MORGADO - CANAL CINEMUNDO /14 ABRIL 2016 ÀS 21:10: OS ASES INDOMÁVEIS DO ASFALTO CHEGAM FINALMENTE A PORTUGAL

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Estreia hoje no canal CineMundo, as 21:10, Born To Race: Fast Track com o ator Diogo Morgado no papel do invencível e temível Enzo Lauricello que conjuntamente com o ator Alberto Frezza constitui a dupla italiana de ases indomáveis que toda a prestigiada Fast Lane Racing Academy terá de vencer. Toda a narrativa gira em torno de carros, a ambição de Enzo (Diogo Morgado) e Danny Krueger, um piloto de rua de apenas vinte anos que segue os seus instintos e se rege pelas suas próprias regras.

 

Depois de ganhar uma bolsa de estudos para a prestigiada Fast Lane Racing Academy, Danny terá de competir contra alguns dos mais intrépidos, velozes e prometedores jovens pilotos do mundo, d`entre eles Enzo Lauricello (Diogo Morgado) que torna-se um rival imbatível e prepotente, sempre disposto a desafiar os seus companheiros a testar os seus limites. Tal, faz com que um incidente ocorra e deixe Danny sem parceiro devido a atitude competitiva e não escrupulosa de Enzo (Diogo Morgado). Sem qualquer escolha possível, Danny, vê-se forçado a desistir da bolsa a menos que encontre um novo companheiro o que o força a juntar-se a um velho rival de corridas. O par deverá aprender a deixar de lado as suas diferenças se desejarem vencer o campeonato e destronar os irmãos Versace (Diogo Morgado & Alberto Frezza), epíteto atribuído a dupla devido ao seu estilo de ragazzos italianos de charme exacerbado e beatitude in extremis.

 

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Soa-vos a algo familiar? É natural que sim! Na gíria cinematográfica Born To Race: Fast Track é conhecido como o Top Gun dos autódromos com todos os ingredientes à mistura mas não tão apelativo a nível musical e no que diz respeito ao romance que atravessa a narrativa, convenhamos. E se, porventura, a memória vos tiver a fazer uma rasteira e não vos permitir uma recordação precisa da narrativa de Top Gun para comparar com Born To Race, recordemos que Pete "Maverick" Mitchell (Tom Cruise) é um arrojado piloto de caça da Marinha dos Estados Unidos que é selecionado para participar do curso na Navy Fighter Weapons School ou Top Gun, após o seu companheiro abandonar a aviação de caça. Lá envolve-se com Charlie, a sua instrutora e desenvolve uma rivalidade com outro aluno, Ice.

 

Born To Race: Fast Track é um Top Gun arrojado de corrida de carros com um Diogo Morgado irreverente a fazer parte de uma turma que em muito se assemelha a turma do Top Gun: fatos apropriados de corridas de pilotos, óculos de sol Ray-Ban a pender na ponta do nariz ou a fazer sempre parte da indumentária, uma pilota morena de resposta sempre na ponta na língua, velocidade furiosa no acelerador e Sex-Appeal QB.

 

Se é um filme de imitação?

 

Não, de todo!

 

Tem a sua própria narrativa. Aborda de um outro ângulo a fúria pela velocidade e apoiar-se num filme tão mítico quanto o Top Gun no asfalto de um autódromo, revela alguma inteligência, visto que de há largos anos para cá desde que Fast & Furious foi lançado, tudo o que vemos aparecer na indústria cinematográfica são corridas de ruas com carros tunings, muita ação e sangue à mistura. Aqui os modelos são mesmo carros de corrida originais, um aprendizado acerca de equipas de pilotos no asfalto, competitividade e uma boa desculpa para desfrutar de um Diogo Morgado presunçoso e desafiante (que bem que estes papéis lhe assentam) refestelado para trás numa cadeira de sala de aula, de óculos Ray-Ban e blusão de couro à bad boy a mascar chiclete (tal e qual um Maverick pretensioso) e a ser repreendido pelos seus instrutores para segundos mais tarde lhes provar na pista o porquê da sua postura descontraída; é que Enzo (Diogo Morgado) é mesmo indestronável ao volante de um carro!

 

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Evidentemente que, como se seria de esperar, numa narrativa do gênero, grande parte do filme é composto por muitos minutos de aprendizado e voltas no autódromo, trilhas sonoras garridas com sonoridade rock, belíssimos pôr-do-sol, carros rápidos a rasgarem o asfalto e a serpentearem as pistas, olhares sexys, agradáveis e brilhantes a desafiarem o opositor (Diogo Morgado encarrega-se bem desse papel), motores pulsantes e pneus a chiar, uma boa seleção de carros que irá fazer as delícias dos apreciadores do gênero, todas as acrobacias e sequências de condução são reais e as corridas injetam-nos adrenalina e tem a capacidade de fazer o nosso coração titubear.

 

A acrescentar a isso, ainda existem os obstáculos necessários para fazer uma boa estória fluir: Danny não se consegue integrar no grupo; é completamente intimidado pelo seus dois rivais de peso, as estrelas de rock do asfalto, Enzo e Paulo Lauricello (Diogo Morgado & Alberto Frezza); uma série de acidentes colocam alguns alunos fora da competição; existem fortes repreensões verbais dos instrutores, bem como discursos estimulantes; exibicionismo; flirts; problemas amorosos; pressão parental e incisiva in extremis (nomeadamente no caso de Enzo e Paulo/ Diogo Morgado & Alberto Frezza) pela conquista da guerra no asfalto; uma luta constante pelo pódio e as típicas caminhadas em slow motion dos pilotos sobre o alcatrão abrasador, de capacete debaixo do braço, de encontro a um céu azul luzidio.

 

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Vão mesmo perder o nosso Diogo Morgado na prestigiada Fast Lane Racing Academy, feito ás indomável, a rasgar o asfalto e a serpentear as pistas do autódromo com o seu estilo de ragazzo italiano de charme exacerbado e beatitude in extremis a desafiar tudo e todos com os seus títulos indestronáveis?

 

Hoje à noite no canal CineMundo (Meo & Vodafone), as 21:10, Born To Race: Fast Track!

 

 

 

 

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Após vermos Born To Race: Fast Track, o mais provável é que de seguida regressemos ao ano de 1986 e ponhamos a tocar Berlin com “ Take My Breath Away “ e rebobinemos a estória de Maverick, Charlie, Goose e Ice e desejemos ver aquele vídeo-clip... 

 

Não se admirem também se no dia seguinte decidirem procurar uns óculos de modelo Ray-Ban!

 

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Design de Flyers: Vanessa Paquete 2016 ©

Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©

Fotos: Born To Race: Fast Track CopyRight INST/TWITTER

Todos os Direitos Reservados ®

 

BRIDGET JONES ESTÁ DE REGRESSO: desta feita sem Daniel Cleaver mas com Patrick Dempsey ( Mister McDreamy) e Mark Darcy no elenco.

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Bridget Jones está de regresso, mas desta feita sem Daniel Cleaver! Uma lufada de ar fresco numa sequela há muito aguardada, não que possua algo contra Hugh Grant – muito pelo contrário – mas neste género de comédias românticas, por vezes, é necessário fazer-se uma reciclagem dos atores. Para regozijo de muitas fãs, a produção apostou no médico mais conhecido de toda a Seattle e, provavelmente, de toda a América: Dr. Derek Shepherd, Mister McDreamy, falecido em circunstâncias algo dúbias e inesperadas na série Anatomia de Grey, mas agora ressuscitado pelas mãos da produção de Bridget Jones para aplacar as nossas saudades e animar a vida amorosa de Jones.

 

O filme que foi dirigido por Sharon Maguire e escrito por Helen Fielding, David Nicholls, e a própria Emma Thompson (que também entra na narrativa) é o terceiro da saga Bridget Jones e uma sequela do seu antecessor de 2004 Bridget Jones: No Limite da Razão. O filme contará de novo com Renée Zellweger no papel de Bridget e Colin Firth no papel de Mark Darcy, retomando assim ambos os seus respetivos papéis no script. A novidade é o ator Patrick Dempsey que surgirá como um novo personagem para atribular a já tão atribulada vida da protagonista. As filmagens começaram oficialmente no dia 2 de Outubro de 2015, em Londres e o filme será lançado oficialmente a 16 de setembro de 2016.

 

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Podemos dizer que só a participação do ator Patrick Dempsey já nos deixa expectantes e a aguardar em que embrulhada, desta feita, se terá metido Bridget. Porém, o próprio trailer já nos dá algumas antevisões do que será este terceiro filme da saga. Para começar, regozijem-se as solteironas ou as divorciadas sem rumo na vida a quem a possibilidade de ser mãe lhes foi negada, pois ainda existe esperança para nós após os 40 anos, quer a nível de maternidade, quer a nível de relações amorosas; assim nos prova este novo argumento de Bridget Jones (obrigado aos seus argumentistas por me deixarem com uma resquício de esperança), visto que Bridget descobre aos 43 anos que está grávida!

 

Voltemos atrás e cliquemos no botão REWIND… Tudo o que Bridget Jones sempre ambicionou e aspirou afinal transformou-se num desastre (de novo)! Todavia, para todas as feministas deste mundo e todas as mulheres desesperadas idem aspas, há um “ je ne sais quoi “ de emancipação e liberdade feminina neste filme que nos ajuda a compreender que nem tudo se reverte num conto de fadas após o príncipe encantado ser encontrado mas também não precisamos de ficar a chorar pelos quatro cantos da casa quanto tal intempérie se abate sobre nós. Que o diga Bridget que após atribulações, dilemas, indecisões e muitas corridas hilariantes atrás de Mark Darcy após ter feito asneira, acaba por contrair matrimónio com o seu príncipe encantado da ordem dos advogados para depois viver feliz para sempre!?!?

 

Não!

 

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Bridget e Mark acabam por se divorciar, como qualquer comum mortal dos dias que correm. A novidade é a reação de Bridget a sua tragédia pessoal. Acabou-se a vodka. Acabou-se o trautear do tema de Eric Carmen “ All By Myself “ em uníssono e o que encontramos é uma Bridget Jones que regressa em grande após os seus 40 anos, renascida das cinzas, autossuficiente, com uma vida cheia de novas atividades, a envergar outfits maravilhosos e muito na moda, a passear-se pelas ruas de Londres de cabeça erguida e autoestima nos píncaros, a frequentar festivais de música, classes de spinning e festas desenfreadas no auge dos seus pós 40 anos de idade até que descobre que está grávida... e não sabe quem é o pai.

 

Com a carreira em ascensão, a autoestima bem oleada, sendo uma produtora de notícias conceituada, rodeada de todos os seus velhos e fies companheiros, pela primeira vez em toda a sua existência, Bridget tem tudo sob controle (algo com que muitas mulheres irão identificar-se provavelmente), portanto, o que poderia dar errado? A única coisa que acaba sempre por abalar a vida de uma mulher e centrifugar-lhe o cérebro, claro está: o encontro com o amor de novo! É Patrick Dempsey (o nosso McDreamy) que lhe traz os aventurados ventos de mudança (ou não?) no papel de um arrojado americano multimilionário. McDreamy contrasta em tudo relativamente a Mark Darcy: é espontâneo, apaixonado e um cavalheiro caloroso comparativamente com Darcy que sempre se pautou belas boas maneiras Austenianas onde a racionalidade e o caracter gélido parecem ser um apanágio. Dividida entre o glamoroso e cavalheiresco multimilionário Jack (Patrick Dempsey) e o seu ex-marido Mark Darcy, Jones terá pela frente uma grande dúvida: quem será o pai do seu filho?

 

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Para esta sequela foram escritos três finais diferentes e nem os próprios protagonistas sabem quem é o pai da criança (não vos lembra uma famosa música do cancioneiro português?). Jones ver-se-á numa encruzilhada, e a nós público só nos resta aguardar expectantes pelo desfecho da narrativa. Decerto que muitas pessoas irão torcer por Colin Firth e muitas outras por McDreamy. As apostas estão feitas e o trailer também já se encontra em rodagem de divulgação.

 

Uma comédia romântica a não perder: Bridget Jones`s Baby!

 

 

Design de Flyers: Vanessa Paquete 2015 ©

Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2015 ©

Fotografias: CopyRight Bridget Jones`s Baby

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