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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

UNFAITHFUL

 

 

 
 
 

Por vezes, apetece-me escrever-te textos, todos parafraseados e floridos, onde abundam metáforas e lirismo. Outras vezes, apena apetece-me falar contigo, como se estivéssemos sentados em frente ao mar, alheados de tudo, a beber um café; tão simples quanto isso!

 

Falar contigo é como falar com a minha mais bela ficção porque tu vives apenas dentro da minha cabeça e no meu coração, não é verdade Tiago? Sabes que, por vezes, quase chego a acreditar que te inventei e que te acalento como uma criança acalenta a sua mais doce fantasia e que – na realidade – tu, Tiago Madalena, não existes?

 

Embora digas que corro atrás de ti, alguma vez, em nenhuma circunstância, eu corri atrás de ti, Tiago. Corri, sim, em direção a ti; algo bem distinto. Tão pouco eu podia correr atrás de ti porque não me era permitido interferir no teu destino, por isso, fiquei sempre, sossegada no meu canto, já na fase adulta da minha vida, a postar centenas de fotografias numa rede cibernauta e a escrever uma série de textos, na esperança vã que, assim, pudesses ser tu, ao invés, desta feita, a correr em direção a mim.

 

Na realidade, eu fiquei enroscada no meu casulo, a aguardar que, um dia, tu te apercebesses que eu mudara e que, talvez, quiçá, fosse amável da tua parte, tentar dar uma oportunidade aquela rapariga, a quem sempre havias recusado o teu sorriso, em tempos.

 

Eu sentia-me merecedora de tal, Tiago!

 

As minhas fotografias e os meus textos eram o prenúncio de que eu, por ti, poderia dar a volta ao mundo, por isso, fiquei muito sossegada na minha quietude, intuindo que, um dia, ainda havíamos de conversar muito e que a minha sede de conhecer-te, verdadeiramente, seria – finalmente – aplacada e saciada num café à beira mar, onde, muito diplomaticamente, tentaríamos abordar o assunto, sem que tu me fugisses, como se o simples fato de eu desejar ir ao teu encontro, se tratasse de uma invasão à tua vida.

 

Recordo-me do meu olhar fixo, pousado nas minhas cartas e textos, sentada nas escadas do loft que habitava, questionando-me se, algum dia, entrarias em contacto comigo. Muitas vezes adormeci com o telefone na mão, a aguardar que a tua voz me despertasse, numa manhã ou numa madrugada qualquer, a fim de me convidares para passearmos numa outra cidade que não a nossa, a fim de evitarmos cusquices alheias, ou então, para bebermos um chá ou um café, ou mesmo para encontrarmo-nos – secretamente – no lobby de um hotel da periferia.

 

Sabes que amei-te muito, não sabes? E amar em demasia, Tiago, pode ser um faca cravada no nosso coração, a rasgar-nos o peito com travos de angústia, vazio e solidão. Amar em demasia é um gládio que te mutila o peito, te fere a alma e te rouba tempo e espaço para a bendita racionalidade, que tanto pareces apreciar. Quando se ama, por vezes, é preciso saber aguardar, saber estar-se calado e quieto, sem exigir nada em troca, mas, como poderia eu aprender isso? Está-me no sangue, Tiago. Está-me no meu ADN, crer que o amor absoluto é insondável e infinito em toda a sua plenitude, um gigante capaz de galgar montanhas, atravessar rios e mares com o único objetivo de construir pontes entre nós.

 

Como tu me virias a provar o contrário, não é verdade Tiaguito?

 

Sabes o que torna tudo tão absurdo? Eu acreditar que Deus escreveu certo por linhas tortas. Eu sou impetuosa, um vulcão, cuja lava, poderia vir a sufocar-te. Como poderia eu amar-te e deixar-te viver em liberdade, abandonado a jogos de sedução de outras mulheres? Como poderia eu amar-te e deixar-te entregue, de corpo, alma e coração, aos jantares dos amigos que tanto pareces estimar? Como poderia eu ficar em casa, com a cabeça a latejar de dores de tanto ciúme, enfiada nuns jeans teus vintage e numa camisa tua de padrão axadrezado que dar-me-ia pelos joelhos, apenas para sentir o teu cheiro impregnado em mim, e afastar da minha mente a imagem do adorável restaurante onde, porventura, tu estarias a jantar? Creio que não conseguiria, Tiago. A minha cabeça começaria a flutuar para encontros secretos e olhares de desejo enviesados, pelos quais, deixar-te-ias levar. Como poderia eu amar-te tanto e aceitar fins-de semana em companhia de amigos e amigas de longa data, sem acreditar que o hábito e a monotonia, arrastar-te-iam, através de brincadeiras e manifestações verbais de afeto, para um ato leviano da tua parte que, depois, eu ver-me-ia obrigada a perdoar por amar-te tanto?

 

Compreendes o significado da afirmação “ ver-me-ia obrigada “?

 

É que eu não sou assim, Tiago. Eu não sei perdoar uma traição. Creio que não existe ato mais pecaminoso do que uma traição. Nós, mulheres, justificamos os homens com a principal premissa: “ A carne é fraca, por isso, tudo se permite. “. Todavia, eu não compactuo com libertinagens e tão pouco acredito em relacionamentos abertos. O que poderá advir de um relacionamento aberto se não o fracasso, o fim da comunhão de um sentimento, a mágoa, a falta de reciprocidade e dignidade do outro perante nós? Afinal, o que representa, verdadeiramente o amor, Tiago? Amar é escolher uma pessoa, entre milhões de espécies disponíveis no mundo e elegê-la ao cargo máximo de se encontrar única e exclusivamente ao nosso lado; isso é o amor…

 

De que adiantar-me-ia amar-te se não entendo esse modo de vida que levas; fabricado em torno de mais de uma vintena de amigos intimíssimos e uma parafernália de amigas e conhecidas sempre em teu redor, movimentando-se perto de ti, como a terra girando à volta do sol? Sou obstinada. Ciumenta. Agarrada as minhas convicções, porque é nelas que me apoio nos momentos de maior turbulência da minha vida, e, acredita, Tiago, essa panóplia de amizades que susténs iriam alimentar, em mim, um caleidoscópio de dúvidas que fariam crescer monstros dentro da minha cabeça e fariam sombra a minha confiança em ti.

 

Uma traição não é uma questão de desonra deslavada, ou uma oportunidade fortuita, nem tão pouco uma escolha. Uma traição é sinónimo de caráter e caráter, Tiago, é uma linha reta, onde não existe espaço para curvas nem percalços.

 

Vanessa Paquete 2014 ©All Rights Reserved

 

 

 

{#emotions_dlg.chat} PS: Sabes bem que possui mais de uma vintena de namorados, todavia, o meu sentimento por eles nunca excedeu nem em 50 % aquilo que senti por ti. As lágrimas derramadas após o fim de um relacionamento nunca ultrapassaram os 4 meses. Finda a batalha, jamais voltaram a escutar ou a ler o meu nome onde quer que fosse. A minha predisposição para me imiscuir na trajetória das suas vidas foi sempre nula. Apagava o número do telemóvel, bloqueava todas as páginas de redes cibernautas e cheguei – inclusive – a esquecer o apelido de alguns… Hoje, desconheço os seus paradeiros. Tento imaginar que se encontram felizes. Não lhes guardo qualquer mágoa ou ressentimento. A minha pacificação com essa vintena de homens e rapazes que entraram na minha vida, em comparação, com a inconcionalidade do meu sentimento por ti, quase que chega a ser assustadora. Sabes, Tiago? É que todos esses homens partilharam um pedaço da sua vida comigo, foram um amor real, compreendes? E tu és um mundo de sonhos e ilusões em que vivo mergulhada quase desde que te conheço. Por vezes, acredito, que se este amor platónico tivesse ganho vida própria, poderia, por esta altura, já estar arrumado numa gaveta. Outras vezes, acredito, que o meu amor por ti era tão firme e avassalador que, num laivo teu de desilusão ou traição para comigo, causaria, em mim, um rasto de danos irreparáveis, igualáveis a uma autêntica tragédia greco-romana. Presa por ter cão e não ter; já viste bem? Ter-te poderia matar-me… Não ter-te, simplesmente, assassinou-me. Que caprichoso este amor não achas, Tiago ?

 

Atualização 15-03-2015: Olhem, por favor, seria possível receber doravante umas Newsletters acerca do Tiago?


Não é por nada demais, mas com um Blog com tanta afluência e trabalhos editoriais para apresentar e um livro para escrever (ainda só vai a metade), seria interessante eu não fazer papel de parva compreendem? Do gênero, saber para aí com uns dois anos e meio de atraso de mudanças de vida. Não, Tiago, eu não tenho acesso ao teu Facebook ( enfia isso na tua cabeça ), nem ao de ninguém. Leça, aliás, está praticamente excluída das minhas redes cibernautas. O meu dom é escrever-te, não cuscar a tua vida, mas, convenhamos, que me sinto um pouco estúpida por alguém me colocar hoje o teu Face a frente... A minha reação foi algo do gênero: " What a Fuck ? Quem ? O quê ? Como ? Tragam-me um copo de água com açucar ! Onde está a Irina? "  SURPRISE !!!