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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

SIM, PORTUGAL ESTÁ NA FINAL DO EURO2016 : " SE FALHARMOS, QUE SE DANE!"

 

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Sim, chegamos a final do Euro2016!


Contra todas as probabilidades das manchetes internacionais que – num jogo psíquico muito macabro – nos derrubaram, apostrofaram-nos de equipa ociosa onde o tédio imperava, rotularam-nos de um grupo de sucias que tampouco deveria ter passado dos quartos de finais; eramos um gáudio inofensivo que não metíamos medo a ninguém, um grupo de parasitas que apenas colecionava empates e prolongamentos, incapazes de concretizar um bom resultado nos 90 minutos de jogo.


Contudo, chegamos a final do Euro2016!


Sim, colecionamos empates.


Mas quando num jogo contra a Húngria as duas equipas se equivalem com seis golos e temos de enfrentar as tão temíveis quantas matemáticas, só podemos reclamar do quão renhido foi o embate e do quanto nos debatemos brilhantemente aqueles minutos para não permitirmos que o adversário nos levasse a melhor.


Não nos destacamos pelo exibicionismo!


Só os grandes sabem que os passes exibicionistas e os grandes golos onde se plana no ar para enfrentarmos a baliza num duelo mano a mano, se reservam para os momentos de glória e – ainda assim – a linguagem que utilizaram acerca da nossa nação continuou a ser um linguajar insultuoso, pejado de ressentimento e ira.


Não lhes bastou verem Quaresma, Renato Sanches, Cristiano, Nani, Patrício e tantos outros fintarem a bola incisivamente. Não lhes bastou contemplarem nenhuma das nossas acrobacias; apreciarem a nossa excelente estratégia defensiva que muitos tentaram furar nos dois últimos jogos e onde galeses e polacos temiam entrar. Para eles, continuávamos a ser uma equipa petulante, uma corja de meninos insensatos que impelidos por uma bênção qualquer dos céus iam passando obstinadamente fase após fase.

 

Quiçá, abençoados pela comiseração de um Deus que nutre alguma afeição por aquele que é considerado o melhor jogador do mundo.

 

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Sim, Cristiano Ronaldo pertence-nos, mas entrou neste Euro 2016 com o ensejo de ser a locomotiva que direciona, guia, motiva e apela os jogadores que o veem como o capitão e nunca como o estandarte do “ melhor jogador do mundo “. Aqui, não há individualidades nem espaço para se ter um único herói. Somos uma coletividade. Onze jogadores em campo arreigados de convicção e Cristiano sabe-o!


Chamaram-nos de equipa sensaborona, sem golos ou remates apreciáveis para se discutir na UEFA e fazer manchetes de jornais até que Cristiano voou, desafiando as leis da gravidade e concretizou o impossível: ficar suspenso no ar milionésimas de segundos, focar e rematar a bola a baliza. Continuava na mesma a ser o melhor jogador do mundo, capitão da equipa das Quinas, mas não merecedor de suplantar a equipa de Gales e classificar-se para a Final porque Portugal que, justamente, marcou presença em meia dúzia de finais europeias e numa final da competição em 2004, aos olhos dos tenebrosos críticos que os ceifam, parecem ser uma equipa de ínfima e reduzida importância, merecedora de gracejos e não aplausos.


Fazem-se apostas para que Cristiano possa vir a chorar lágrimas sofríveis com sabor a fel, ao invés de lágrimas de alegria, redigem-se manchetes agrestes onde se lê nos cabeçalhos que Portugal está derrotado a priori porque continuamos a ser uma espécie de súcias de indígenas que nem deveriam ter sequer galgado as fases eliminatórias: como foi possível tal acontecer???

 

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Com força e convicção!


Manifestando indiferença perante os pareceres alheios daqueles que nos roubam os sonhos e a esperança e nos reduzem a lama.


Enlevados pelo ímpeto de uma nação inteira que os acompanha e os draga com galanteios mesmo quando o jogo não foi tão apreciável ou bonito de se ver.


Empurrados por um capitão que não permite a receção de um “não” e ordena-lhes “ que saiam do seu casulo", assumam o seu papel na competição e marquem um penaltie quer queiram ou não. “ Se perdermos que se DANE “! Apoiados por um treinador que rabisca táticas num pedaço de papel e que, a meio do jogo, as entrega ao jogador que chama de lado e passados segundos esse jogador finta a baliza do adversário. Unidos por um objetivo. Irmãos de sangue na concretização de um sonho.


Não importam as estatísticas que estão para trás, desde quando o mundo se rege por estatísticas? O mundo – até mesmo o do meio futebolístico – rege-se pelo querer, a força de vontade e a bravata de se alcançar o inatingível até ao momento.

 

Somos muitos!


Mais do que onze milhões…

 

Porque se uns nos contorcem a fé e nos pontapeiam o ego, outros irão acompanhar-nos no nosso ígneo suplício e essas são as vozes que verdadeiramente nos importam e aquelas que queremos ouvir, não as dos maldizentes sorrisos sardónicos que esperam que HOJE a França se sagre novamente campeã Europeia.


Esta é a nossa noite rapazes, façam por merecê-la!


Respondam-lhes com um encolher de ombros apologético, mostrem-lhes indiferença, batam-se pela vitória, reescrevam a nossa história e, sim, utilizem como apanágio de equipa a tão mítica frase de Ronaldo “ Se perdermos que se dane “ !


Nós cá estaremos para vos apoiar!


Sim, gritemos bem alto: chegamos a final do Euro2016!

 

 

Texto & Crítica: Vanessa Paquete 2016 ©

Todos os Direitos Reservados ®

 

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