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FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

FIFTY SHADES OF VANESSA PAQUETE

50 SOMBRAS DE GREY (OF COURSE I HAVE AN OPINION)

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Yesssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss… Poderia ser o prelúdio para um orgasmo ou a conclusão do mesmo (dependendo do sexo que estivermos a praticar), todavia, neste caso, é o anúncio oficial de que me desloquei até a sala de cinemas mais próxima, debrucei-me sobre a bilheteira e adquiri um ingresso para a tão aclamada e aguardada adaptação cinematográfica de “Fifty Shades Of Grey” (As 50 Sombras de Grey). Se os números estiveram corretos (e não sou uma profissional em estatística), o romance de EL.James foi adquirido por mais de 100 milhões de pessoas por todo esse mundo fora, das quais, apenas vinte milhões estavam com a nítida e ilusória impressão que “Fifty Shades Of Grey” se tratava de um catálogo de pintura. Isto deixa-nos com um sólido número de 80 milhões de pessoas que ao lerem frases tão apelativas como “ Pensativo, ele acaricia o seu queixo com os seus dedos destros, longos e hábeis “ criaram na sua mente um cocktail de ondas cremosas de ecxtasy e dopamina que tem o apogeu do seu nirvana exatamente AQUI, na adaptação cinéfila do livro.


Nada estimulou tanto a imaginação dos acérrimos leitores da obra quanto a produção do filme: Quem concebivelmente poderia interpretar o misterioso e inadaptado lívido sexual do senhor de cinzento, Gandalf The Grey, ah não, desculpem, peço perdão, acabei de misturar epítetos de filmes, referia-me, sim, ao enigmático e sexy Christian Grey. Quem poderia interpretar a desajeitada, naïve, calina adoradora de jovens bilionários com uma extensa coleção de gravatas e outros artífices menos singelos? Quem seria a atriz eleita a personificar uma das principais virgens de Vancouver, Washington? Muitas duplas foram sugeridas para os papéis em questão, mas, no final, a responsabilidade recaiu em Jamie Dornan e Dakota Johnson. Embora os críticos mais fervorosos da épica trilogia tenham vergastado a adaptação cinematográfica e mesmo a escolha da dupla, a verdade é que Dakota é, indubitavelmente, Anastasia Steele.


Ana, como geralmente é apelidada quer no livro quer no filme, encontra-se pela 1ª vez com Christian Grey na sede da Grey Enterprises, em Seattle onde o megalomaníaco Christian se esconde e constrói o seu Império. Ana, intimidada, pela presença do assoberbante Mister Grey começa por tropeçar nos seus próprios passos e de seguida nas palavras, mas, o arpão recaí na presa como um relâmpago que a trespassa e a fulmina ante os pés de Christian. Ana começa a derreter-se quando o Master do Universo expõe os seus dons abundantes e argumenta ter um dom para lidar com pessoas. O seu principal interesse no seu humano (ou deveremos dizer antes mulheres?) foca-se na premissa: “O que é que motiva o ser humano e o incentiva? Qualquer mulher deveria correr um quilómetro de cada vez que um homem usar consigo o verbo“ incentivar ”. Upsss, lá se vão décadas de luta em prol dos direitos femininos pelo cano abaixo com tal citação.


Adiante…

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O próximo passo acontece numa loja de ferramentas, onde Christian, se encontra a comprar braçadeiras, cordas etc… Ironicamente ou sob malícia, Ana afirma: “ Pareces-te um pouco com um Serial Killer; não?! “ o que nos leva a um pensamento; Sabemos que Ana lê Jane Austen e que, ao pronunciar tal frase, por um segundo, nos traz a memória a heroína de “Northanger Abbey”, que é escarnecida e gozada insistentemente devido as suas suposições tétricas e soturnas ou o seu cariz gótico. Mas, afinal de contas, Ana teria o seu quê de razão não? Cinza será sempre cinza! Além disso, Jamie Dornan não é um estranho a atos maléficos; em “The Fall”, um drama da BBC, Dornan, é efetivamente um assassino em série, armado com um sex appeal inquestionável, uma barba áspera e o seu sotaque nativo de Belfast e cerca de 10 vezes mais sexy que o personagem que ele interpreta em “50 Sombras de Grey”.


Poderiam os medos de Ana serem plausíveis e palpáveis? Não! Cristian Grey é muitas coisas; um pianista lúgubre, um piloto aventureiro, um pervertido e um depravado mas a palavra “malévolo” não se insere no seu dicionário. Christian revela ter uma paixão particular por apetrechos de tortura doméstica, escondidos num quarto, ricamente recheados com ferramentas sexuais com o propósito de conceder uma luxúria sem fôlego. Dentro daquelas paredes vermelhas o nosso herói é livre para expressar a sua faceta de dominador, ou tão simplesmente, de carrasco impiedoso, visto que o verdadeiro propósito do quarto vermelho é constranger, humilhar e castigar mulheres que o 50 Cinzas escolhe a dedo, todavia, nem tal faceta o desprestigia e lhe retira o título de herói.

 

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Na realidade, o nosso herói, assemelha-se a um stalker que informa, de antemão, a sua vítima: “ Sou incapaz de deixar-te sozinha!”, algo que parece estimular Ana, ao invés, de a fazer discar urgentemente os números do 112. Ela sucumbe, até certo ponto, mas as suas dúvidas recorrentes levam-nos num vaivém que coloca em causa a resistência da psique e do físico feminino sucumbir a um bom pedaço de carne e luxúria. Domínio da mente sobre a matéria, do coração sobre a razão, chamem-lhe o que lhe quiserem chamar. Há anos que as mulheres lutam em prol da proposição que a sua carne não é fraca nem escrava dos desejos masculinos, porém, Christian coloca tudo isso em xeque ao questionar Ana: “ Dizes-me que desejas ir-te embora, mas o teu corpo diz-me o contrário “ Ele sabe! Ela sabe e E.L James também: o desejo triunfará no final!


O filme, dirigido por Sam Taylor-Johnson, é competentemente personificado por Dakota e Jamie e sombriamente fotografado por Seamus McGarvey. O sucesso global do romance levou múltiplos fãs a classifica-lo na categoria dos grandes clássicos, mas, com todo o devido respeito, não confundam “ Fifty Shades Of Grey “ com o maravilhoso e triunfante “ Madame Bovary “, Aliás, muito provavelmente, o romance de Ana e Christian seria uma das estórias que Madame Bovary leria.


Grande parte da obsessão do romance respeitante a design foi todo transporto para o ecrã (e made in Portugal, para ser mais específica em Rio Tinto). Tudo aquilo que o dinheiro pode comprar é exibido no filme . Os laços de seda que adornavam as capas das primeiras edições de “ Fifty Shades Of Grey” já exibiam um requinte de luxúria ao mínimo toque do leitor e um avanço nos estereótipos da sociedade que, pela 1ª vez, podia ler pornografia suave em público, exibida em todas as escarpes das prateleiras mais famosas de todo o mundo. O figurino e os cenários foram todos transpostos para o mundo cinematográfico: Christian emociona Ana com passeios de helicóptero e os carros luxuosos que, relutantemente Ana aceita, após o primeiro impacto de non-material-girl e, de seguida, aceita euforicamente, conquistada pelo mundo megalómano de Grey.


E é aqui que encontramos o “calcanhar de Aquiles” deste filme. É todo cinza, mas, revestido com bom gosto. As sombras tornam o design apelativo e de sombras só temos mesmo uma certa malícia silenciada. Foi um filme concebido e projetado para agradar o espetador mediano e não ameaçar ou ofender as hostes que aparentemente preferiam terem sido chacinadas com sexo, ao invés, de malícia. “ Fifty Shades Of Grey “ tem o requinte sim de um bom catálogo de imobiliário de luxo, mas, falta-lhe a escuridão tão amplamente anunciada.


Dakota Johnson
fez o seu melhor, no entanto, nem o seu desempenho valente conseguiu trazer a luz do dia a escuridão de Jamie ou persuadir a coestrela a iluminar-se no ecrã. Christian faz com que Ana ruborize ante a sua presença, dá-lhe umas palmadas leves no traseiro, mas jamais o senhor dominador e malévolo surge em toda a sua plenitude. Christian passa metade do filme a elaborar um contrato de supremacia tão repleto de cláusulas e subsecções e tão detalhado que quase nos sentimos tentados a afirmar que os verdadeiros espetadores a ficarem excitados com “ 50 Sombras de Grey “ pertencem a Ordem dos Advogados.

 

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“Fifty Shades Of Grey”
foi lançado no Dia Dos Namorados. Um passo ousado e arriscado, já que o filme não é apenas uma antítese do romantismo como um filme genuinamente anti-romântico. Tentem agarrar a mão da vossa amada enquanto o herói da saga insulta o tradicionalismo da data e os rituais românticos mais ortodoxos (como sair para jantar e de seguida ver um filme) argumentando incisivamente: “ Isto realmente não encaixa no meu perfil! “ O que encaixa no seu perfil apenas E.L James, a autora da personagem, saberá mas a julgar pela importância que Christian atribui a dar ordens, a boa alimentação e refeições assíduas e regulares sob penalização de um punitivo e artigos de couro bem lustrados, diríamos que o que Christian necessita não é de uma namorada mas sim de uma animal de estimação! 

 Vanessa Paquete 2015
©





Mister Grey, I`m waiting for you for so long
Don`t make me anxious
Just give me what belongs to me right from the beginning

Your devoted and crazy in love, Ana

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SHAMELESS US (NO LIMITE)

 

 

 

 

Quando mi chiedono: “ Ma che ci vedi in lui? “ Lo rispondo: “ Me stessa ! “

 

Vedo la libertá nei tuoi occhi perche sono schiava della tua beleza. Amore mio, nulla é più grande e più intenso della luce dei tuoi occhi che mi illuminamo da sempre. Ti guardo negli occhi e penso che la mia vita senza di te non avró mai un senso, la luce del tuo cuore mi conduce verso la strada del mio amore. Ho bisogno di tenerti tra le mie braccia, di dirti che ti amo. Ho bisogno di stare insieme di te e tenerti la mano.

Amore mio, Dio mi ha fatto innamorare della tua anima, prima ancora di conoscerti. Ti sembrerá strano ma ho scoperto che il mio amore per te e paragonabile all`universo; grande, senza confini ! Ti amo come le stelle che brillano in cielo, come la luna che schiarisce la notte, ti amo come le onde del mare, ti amo come il sole che scalda il tuo mundo. Sei tutto cio che ho sempre desiderato, l`unico pensiero, l`unico respiro… Volevo dirti che ti AMO !

 

Vanessa Paquete 2004 ©

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POBRE HELENA… HÁ 15 DIAS QUE ANDAMOS EM CONVERSAS TELEFÓNICAS CICIADAS PARA A PRÓXIMA ENTREVISTA. ENTRE AS MINHAS RESPOSTAS REDUNDANTES, SEMPRE INCISIVAS, A COLOCAR O DEDO NA FERIDA E, POR VEZES, A MINHA FALTA DE PUDOR DISPARATADA EXISTE, PARCIALMENTE, NA MINHA CABEÇA UM CULPADO: Paul Abbott, o criador de SHAMELESS US !

Estou apaixonada pela FAMÍLIA GALLAGHER; que posso fazer ?


A série é baseada numa multi-galardoada série britânica, ou melhor é a sua adaptação americana, mas como os americanos tentam sempre minimizar a distância entre o público e a sua ficção produzida e, ao contrário dos Ingleses, não colocam o pudor num pedestal e estão completamente à vontade com a imoralidade, SHAMELESS, é um pedaço de mau caminho a não se perder de vista.

É tão ridiculamente cativante e apelativa a série que em duas semanas apenas saquei as 4 temporadas.

Mergulhei nas duas primeiras temporadas sem saber o que iria encontrar; saboreei cada trago de promiscuidade, decadência, imoralidade, descaramento e ausência de pudor como momentos televisivos únicos, mágicos, loucos e absolutamente irrepetíveis. SHAMELESS influenciou muito as respostas que tenho lançado nos meus diálogos com a HELENA COELHO que, porventura, deve estar a pensar que aderi a cocaína e que ando a snifar.

SHAMELESS fez-me regressar a adolescência.

A família GALLAGHER incendiou a minha imaginação, tornou-me mais combativa e de língua solta acerca de controvérsias familiares. Fez-me recordar vividamente a minha primeira interação com a sexualidade aos catorze anos de idade. Tornou-me menos sofisticada a nível linguístico o que poderá provocar uma indignação moral em qualquer leitor. Estiquei-me nos meus pareceres acerca do Tiago Madalena e afins; foi como se me tivessem agarrado numa mão e mordido, e eu, no auge da minha dor, tivesse desencravado a minha memória e, despreocupadamente, injetasse o caderno da Helena de informação perniciosa (creio que ela ainda está a tentar decidir se deve passar os nossos últimos diálogos para o papel ou não)

Sendo eu uma Fangirl dos Gallaghers, todas as pessoas  questionam-me: “Mas Shameless UK não é melhor?”

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Não, não é!
Porque embora o conceito esteja todo lá, Shameless US, casou de uma maneira com os Estados Unidos que agora é difícil imaginá-los em outro lugar. O que torna os Gallaghers Americanos tão cativantes é evidentemente uma total ausência de limites e uma inundice e irreverência assumida transformada em drama que não existe na versão britânica, mais focada na comédia e nas peripécias de estereótipos.






images2.jpgShameless US parece ser uma série “família”, mas este conceito é posto em xeque inúmeras vezes, por exemplo, pela linguagem inapropriada que nenhuma criança deve escutar, tampouco um adolescente, pelo uso e abuso de anfetaminas, álcool, drogas leves ou mais pesadas, pela violência implícita, a sexualidade explícita, a homossexualidade e promiscuidade de Ian de 15 anos que se apaixona e envolve-se, insistentemente, com homens casados e com idade para serem seus pais .



Mas naquela série não são todos levianos e promíscuos a fim de “ dar uma? “



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Pois… vejamos o exemplo da adolescente rebelde que usa ótimos argumentos para acabar com a própria vida, além da vida de meia duzia de pessoas por perto, unicamente para se vingar do pai, utilizando uma estratégia de vagabunda explícita e libertinagem sem censuras (uma das cenas mais chocantes da série passa-se quando Karen de 16 anos, literalmente, se aproveita do alcoólatra Frank Gallagher – pai do seu namorado – e abusa deste sexualmente)

 

 

 

Embora exista toda uma discussão sobre o quão “reais” esses personagens são ou não eu coloco Shameless US no meu enorme pedestal de séries que idolatro porque vão além da maioria das séries de estereótipos familiares. Não sou a miúda do estereótipo “ DESPERATE HOUSEWIVES “ ! No final das contas, é isso, Shameless é sim uma série de estereótipos de subúrbio. Uma comédia de costumes contemporânea, com o mérito de ao mesmo tempo conseguir ser uma série de personagens complexos e apaixonantes.

 

É um série que sabe se afastar de uma filosofia nacional tida como padrão e ainda assim ser um espelho de seu publico majoritário, mas nem por isso se limita a deixar este no papel de observador curioso num mundo “exótico”. Ao contrário, mostra como aqueles personagens fazem parte de um dia a dia que não se encaixa na filosofia nacional pregada como padrão e cuja existência muitas vezes é marginalizada por se recusarem a viver de acordo com valores criados para exclui-los. E tudo isso através de um exercício de empatia e self-awareness que julga na mesma medida em que justifica a sua indole maligna.

Não, não é uma série para os mais púdicos e é bom afastarem as vossas CRIANÇAS & ADOLESCENTES do ecrã (just in case). Eu própria mostrei-a ao Gustavo e ele torceu o nariz num esgár que dizia : “ Como é que ela é capaz de ver isto? “
 

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Depois temos Lip Gallagher. Mais do que o gênio do crime que se mete em altas aventuras, ele é um adolescente que esbofeteia, literalmente, o sonho americano quando faz cair por terra a ideia de que o esforço e o trabalho podem levar à prosperidade e ao sucesso. Filho mais velho e gênio intelectual com potencial pouco aproveitado da família Gallagher, é ele que faz a sua irmã mais velha, Fiona, não perder a sua sanidade mental no meio de tanto caos.

Nele recaí toda a responsabilidade da geração Gallagher, dos vizinhos e, muito provavelmente, do resto do subúrbio inteiro. Lip é um gênio em quem toda a gente se inspira, responsabilidade que Philip declina! Todavia, nem ele próprio consegue fugir a sua inegável inteligência e facilmente, contrariando todo o estereótipo da família OUTCAST, Lip facilmente é aceite numa das melhores Universidades do país. A sua personagem, é de longe, a mais apelativa bem como os seus romances, sim, porque Lip é um romântico incurável tentando sobreviver num mundo e tentando pregar a máxima de que quem se empenha em subempregos muito provavelmente não irá a algum lugar na vida, além de impedi-lo de realmente se dedicar aos estudos que também estão longe de suprir as suas expectativas.

Lip seria o tipo que ter-me-ía aparecido na Secundária e tentaria resolver os meus problemas com o seu genial intelecto, umas quantas curtições e sexo desenfreado, e depois dir-me-ía, entre um trago de cigarro ou dois e umas quantas “ quecas “ : “ Manda o Ivo e o Tiago foderem-se ! És muito melhor que eles ! “  Sim, porque Lip é o total antagonismo dos " betinhos " de Leça. Vêem? Mais uma razão para se amar SHAMELESS !

Na realidade, o meu primeiro namorado, traz-me a lembrança inúmeras vezes Lip Gallagher devido a alguma irreverência, semelhanças físicas, o seu invejável intelecto, inteligência incomensurável e a descoberta sexual, claro!


Jeremy Allen White, que interpreta o papel, é de longe um dos melhores atores da série e uma boa promessa para a nova geração.

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Helena, prometo que para a semana tens a entrevista publicada!
Sorry, perdi-me com SHAMELESS. Pensa que terás uma entrevista muito mais controversa e sensacionalista. Afinal de contas, vamos falar da minha família, passado, sexo e Ivo e Tiago... Não necessariamente por esta ordem cronológica